"Alguns dos grupos terroristas vinculados ao Daesh" acudiram ao encontro em Riade e formarão parte da delegação que participará em qualquer futura negociação sobre a Síria, disse o vice-ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros para Assuntos Árabes e Africanos, Husein Amir Abdolahian, em declarações divulgada pela agência oficial IRNA.
"O Irão não aprova a reunião de Riade, não se fez em linha com as conversações de Viena", disse o vice-ministro em referência ao processo em que participaram todos os atores internacionais envolvidos no conflito para estabelecer um diálogo formal entre o Governo sírio e a oposição.
Neste sentido, afirmou que "os grupos terroristas não terão permitido decidir o futuro da Síria".
Durante a reunião da oposição -- que terminou na quinta-feira em Riade -- as principais fações políticas e militares da oposição síria anunciaram a sua disposição para negociar com Damasco e decidiram formar uma delegação que os represente de forma unida nessas eventuais futuras conversações.
Além disso, durante a reunião, reafirmaram que o Presidente sírio, Bashar al-Assad, não terá qualquer papel na transição do país e apelaram ao fim da "ingerência externa" no conflito, aludindo à defesa do regime de Damasco por parte da Rússia e do Irão.
Precisamente, o Irão anunciou, por várias ocasiões, que manter Assad no poder durante a transição é uma das suas "linhas vermelhas", já que se trata de um aliado tradicional e do "legítimo Presidente dos sírios".
Do outro lado está a Arábia Saudita, principal patrocinador dos opositores de Assad, e cujo ministro dos Negócios Estrangeiros, Adel al Yobeir, advertiu na quinta-feira o Presidente sírio de que apenas tem duas formas de deixar o poder: ou uma saída negociada ou um derrube por via da força.
"Assad tem a alternativa de abandonar o poder mediante negociações, e isto seria mais fácil; e a outra opção é mediante a luta, e isto prolongaria a crise", afirmou o mesmo responsável.
O ministro também afirmou que o seu país deseja manter "os melhores laços com o Irão porque é um Estado islâmico e vizinho", se bem que lamentou que Teerão "não jogue um papel positivo" na crise síria.
Lusa