Uma aliança de combatentes árabes e curdos, apoiada pelos EUA, conquistou hoje uma localidade ao Daesh, no leste da Síria, onde este só controla um pequeno setor, segundo uma organização não-governamental.
As Forças Democráticas Sírias (FDS) lançaram em setembro uma ofensiva contra o último reduto daquele grupo na província oriental de Deir Ezzor, na fronteira com o Iraque, com o apoio de ataques aéreos da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos da América.
Apesar de números contra-ataques daquele grupo, as FDS conquistaram a imensa maioria da localidade, o que reduz o território controlado pelo grupo a um punhado de casas rurais num espaço com 15 quilómetros quadrados.
"As Forças Democráticas Sírias tomaram o controlo de Soussa, depois da retirada dos membros do Daesh para outras zonas ainda sob o seu controlo", afirmou à AFP o diretor da organização não-governamental Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahmane.
"Soussa era a maior localidade ainda sob o controlo do Daesh", sublinhou Abdel Rahmane, adiantando que só hoje renderam-se 120 milicianos deste grupo.
O Daesh ainda controla a localidade de Baghouz, segundo o OSDH.
Desde setembro, os combates já mataram mais de mil milicianos do Daesh e mais de 600 das FDS, segundo o OSDH, que acrescentou que mais de 360 civis também morreram nos confrontos.
Depois de ganhos fulgurantes em 2014, com a conquista de vastas zonas na Síria e no Iraque, o Daesh viu o seu autoproclamado califado ser reduzido substancialmente.
Mas continua a fazer atentados mortíferos nos países da região e no estrangeiro mais longínquo.
Além da presença reduzida no leste sírio, os milicianos do Daesh ainda estão presentes numa parte do deserto da Síria, que se estende do centro do país à província de Deir Ezzor. É nesta que ocorreram confrontos esporádicos com as forças governamentais.
Desencadeado em 2011 com a repressão de manifestações por parte do regime, o conflito na Síria complexificou-se ao longo dos anos, com o envolvimento de países estrangeiros e grupos de milicianos, num território cada vez mais retalhado.
Os confrontos já provocaram mais de 360 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados.
Lusa