Numa intervenção hoje em Lleida, província onde o Partido Popular (PP) espera recuperar o deputado que perdeu em dezembro, Rajoy voltou a apelar ao voto útil, dirigindo-se sobretudo aos eleitores que votaram no partido Ciudadanos para afirmar que o seu voto não serviu "para nada" em 25 províncias e apelar a que a votação se concentre no PP.
Em seguida, em declarações aos jornalistas reproduzidas pela agência EFE, o chefe de Governo em funções assegurou que manterá a mesma posição de dezembro passado, quando propôs uma grande aliança ao PSOE.
Para Rajoy, se o líder socialista, Pedro Sánchez, tivesse aceitado a sua proposta, não se viveria a atual situação, em que o PSOE está prestes a converter-se na terceira força política em Espanha, sendo ultrapassado pelo Podemos.
Embora sublinhando a difícil situação dos socialistas, Rajoy considerou que o PSOE já não pode baixar mais nas sondagens pois é um partido com muitos anos de história e destacou o facto de a maioria das sondagens dar ao PP mais de 30% dos votos.
Admitindo que, ainda assim, PP e Ciudadanos não deverão, em conjunto, somar os votos necessários para formar um executivo maioritário, Mariano Rajoy voltou a insistir que manterá a sua proposta de uma grande aliança, opção que prefere à alternativa de um governo minoritário.
Aos jornalistas, Rajoy voltou a sublinhar que poderia formar-se um governo de coligação para quatro anos, transmitindo uma mensagem séria, enquanto um executivo minoritário que não consiga legislar seria uma fonte de desconfiança.
Sem querer especular sobre o que farão os seus adversários após as eleições, afirmou que se não quiserem aceitar uma coligação, pelo menos que o deixem governar -- em minoria -- por ser ele o mais votado.
Considerando que o atual sistema eleitoral em Espanha "prima pela concentração do voto e castiga a sua divisão", Rajoy insistiu na necessidade de concentração dos votos moderados no PP: "É o inteligente, o eficaz e o que nos vai permitir governar", afirmou.
"A divisão [dos votos] é o pior que pode acontecer à Espanha moderada", insistiu, sustentando que "a Espanha moderada, que não quer governos à grega e à venezuelana", ganhará aos "radicais e extremistas" no dia 26 de junho.
Lusa