O presidente da Câmara de Lisboa recusou a ideia de um "efeito Carlos Moedas" no PSD, antecipando que não poderá ter uma participação ativa na campanha para as eleições legislativas precisamente porque está na governação da capital.
Pouco depois de uma intervenção que levantou o 39.º Congresso Nacional do PSD, que decorre até domingo em Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, Carlos Moedas deixou o Europarque, tendo respondido aos jornalistas que se o partido corresponder a "estes novos tempos que as pessoas tanto anseiam", os sociais-democratas têm "uma oportunidade histórica" de ganhar as eleições legislativas.
"Não há aqui nenhum efeito Carlos Moedas. Sou presidente da Câmara de Lisboa, é nisso que estou empenhado todos os dias, portanto, a minha participação é realmente aqui como militante, sobretudo como militante neste dia do congresso", contrapôs.
Não terá "participação ativa"
Questionado sobre a presença na campanha eleitoral, Carlos Moedas explicou que não terá "uma participação ativa" porque vai estar como presidente da câmara.
Sobre a reação entusiástica dos militantes ao seu discurso, no qual falou de Cavaco Silva ou Pedro Passos Coelho, o presidente da autarquia lisboeta referiu que, "de certa forma, as pessoas estão desiludidas" com a política.
"Estar desiludido da política faz com que as pessoas já não tenham a adesão que tinham no passado a um congresso partidário, a estar a ouvir na televisão como era no nosso tempo. Nós temos que nos reinventar, temos que reinventar os partidos de certa forma para ter essa capacidade de chegar às pessoas, isso faz-se através dessas novas caras, mas também com aquelas que nos inspiraram no passado", enfatizou.
Almoço com Rangel nas vésperas das eleições no PSD
Sobre o almoço, em vésperas das eleições com Paulo Rangel -- que perdeu as diretas do PSD para Rui Rio --, Moedas disse ser presidente da câmara e, portanto, "neutral".
"Estive num almoço com Paulo Rangel, que é meu amigo, com quem almoço muitas vezes", acrescentou.
