Eleições Legislativas

Rio promete “mais rigor e menos facilitismo” e não quer só “desenrascar”

As declarações de Rui Rio na apresentação do programa eleitoral do PSD.

Rio promete “mais rigor e menos facilitismo” e não quer só “desenrascar”

O presidente do PSD prometeu esta sexta-feira, se for eleito primeiro-ministro, “mais rigor e menos facilitismo” na governação e assegurou que não quer ir para o Governo “para desenrascar”.

Na apresentação do programa eleitoral do PSD, em Lisboa, Rui Rio começou por apresentar as “linhas de rumo” de uma governação por si liderada, considerando que estas são mais importantes do que “subir 1 ponto ou descer 1 ponto” nos impostos.

“Os que concordam com uma governação mais rigorosa não há outra hipótese: quem acredita, vota e sabe que vai ser assim, quem não acredita, vota de outra maneira. Fui assim toda a vida, não sei ser de outra maneira”, afirmou, recebendo um aplauso de uma assistência de cerca de uma centena de pessoas.

Antes de apresentar, ao longo de 45 minutos, algumas das principais linhas do programa, Rui Rio considerou que o mais importante seria dito logo no início do seu discurso.

“Ou confiam em mim e dizem: isto que ele diz é para fazer, se não é melhor votarem noutro. Porque se dizemos que baixamos um ponto num imposto, baixamos mesmo”, assegurou.

Em cada medida, afirmou, uma governação do PSD vai distinguir-se por “mais rigor e mais facilitismo, desde a mais pequena medida à maior”.

“Não vou para o Governo para desenrascar o que quer que seja, vou para organizar, planear a executar, estou a prometer uma linha de rumo para tudo”, assegurou.

Para o presidente do PSD, o atual governo do PS tem a marca da “desresponsabilização”, em áreas como a saúde, a educação ou a segurança.

“Quando falo em apoios sociais – que são essenciais – mas que depois não são fiscalizados, o rigor é dá-los a quem merece”, afirmou.

A segunda linha de rumo com que se comprometeu, se vencer as eleições de 30 de janeiro, é “uma governação reformista”.

“Quando temos um Governo do PS com aversão a reformar, isto também é rigor versus facilitismo, quem é rigoroso percebe o que tem de ser feito e faz”, afirmou.

“Cada vez que se faz uma reforma é uma carga de trabalhos, mas como diz o povo, quando tem de ser tem muita força”, afirmou, apontando como áreas essenciais a necessitar de reforma a justiça, a segurança social ou a descentralização, e outras menos profundas em setores como a saúde ou educação.

A terceira linha de rumo definida por Rio prende-se com o “equilíbrio financeiro”, do Estado e da sociedade, alertando para a necessidade de se corrigir o excessivo endividamento do país.

“A sociedade de consumo leva as pessoas a endividarem-se para lá do que devem, mas também o regime da forma como funciona: havendo eleições de quatro em quatro anos ou de dois em dois, leva muitos políticos a decidirem mais despesa pública, mais défice e mais endividamento”, lamentou.

Programa do PSD defende que “Rui Rio não engana”

O programa do PSD insiste na necessidade de uma “cultura de compromisso” entre os partidos para fazer “reformas inadiáveis” no país, e defende as qualidades do seu presidente para ser primeiro-ministro, referindo que “Rui Rio não engana”.

A introdução do programa do PSD, a que a Lusa teve acesso, – o documento é hoje apresentado na íntegra em Lisboa -, dedica um capítulo à necessidade de uma “outra cultura política”, em que se defende que “Portugal tem de estar acima de qualquer interesse” e se retoma um tema que tem sido caro ao seu presidente, Rui Rio, “uma cultura de compromisso”.

“A prática do confronto partidário e dos combates ideológicos tem de dar lugar, sempre que esse interesse esteja em causa, à disponibilidade para encontrar soluções através do diálogo e do compromisso”, refere-se na introdução do programa.

Ainda assim, o texto faz questão de separar compromissos de consensos.

“Não esperamos que se sacrifiquem as convicções e as matrizes ideológicas em que assentam os diferentes programas políticos. Esperamos, tão só, disponibilidade para encontrar e viabilizar as melhores soluções para os problemas reais de Portugal e dos Portugueses”, clarificam.

Por isso, “o PSD reafirma a sua abertura para com as restantes forças políticas encontrar os entendimentos indispensáveis à implementação das reformas inadiáveis para fazer de Portugal um país mais desenvolvido e uma sociedade mais coesa e solidária”.

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