Eleições Legislativas

Pedro Nuno Santos e Rui Rocha "não apresentaram uma posição clara"

"A imagem que passa é que ambos ainda estão a aquecer os motores", considera a politóloga Paula Espírito Santo. No outro debate do dia, André Ventura e Inês Sousa Real "atiraram pedras para ver quem marca mais pontos".

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Arrancou esta segunda-feira na SIC a sequência de debates para as legislativas de 10 de março. O Partido Socialista e a Iniciativa Liberal, com dois dirigentes que se encontram em polos opostos da ideologia política, deram o pontapé inicial.

Tudo começou pela economia e pela carga fiscal, mas falou-se também de Estado Social, Saúde e Habitação. Em todos os temas, a discordância entre Pedro Nuno Santos e Rui Rocha ficou evidente.

“Pedro Nuno Santos sublinha e acaba por anunciar a importância de continuar o projeto atual do Serviço Nacional de Saúde, enquanto Rui Rocha apresenta várias soluções para além do SNS, incluindo também os privados”, considera a politóloga Paula Espírito Santo.

O líder do PS criticou o programa dos liberais - apresentado este fim de semana - que diz ter um grande custo para o Estado com as ambições apresentadas. E Rui Rocha “não foi esclarecedor” ao responder quanto custaria o programa.

“Houve muitos números atirados, que não são suficientemente justificados. Penso que este é o aspeto menos positivo do debate”, afirma Paula Espírito Santo.

Pedro Nuno Santos, antigo ministro de Costa, “acabou por ter muito mais a justificar”, tendo jogado “mais a defesa” do que Rui Rocha. Para a politóloga, o debate resultou “quase num empate”, com dois líderes ainda em fase de “preparação”.

“Creio que Pedro Nuno Santos [o PS ainda não apresentou o programa eleitoral] ainda não está propriamente preparado. A imagem que passa de ambos é que ainda estão a aquecer os motores. Não conseguiram fazer vingar uma posição clara sobre as mais valias dos projetos”.

Inês Sousa Real, do PAN, e André Ventura, do Chega, travaram na RTP3 o segundo debate do dia, muito mais aquecido, porém ainda menos esclarecido.

“São modelos muito opostos. O segundo acaba por ser um debate muito mais vivo, mas que também impede um esclarecimento e aprofundamento de ideias. Acabamos por ter quase Inês Sousa Real a ser arrastada para um formato de despique público (…) Um conjunto de pedras que foram atiradas ao adversário para ver quem marca mais pontos”