O porta-voz do Livre elogiou aquele que foi o último debate entre os partidos com assento parlamentar, que só não contou com André Ventura, esta segunda-feira, na radio. Rui Tavares disse que houve tempo para falar, com profundidade, sobre “as políticas que ajudam as pessoas", citando exemplos do que o Livre já fez e quer fazer no futuro.
“Falamos da nossa proposta da herança social, que pode permitir às pessoas, na entrada da sua vida ativa, fazer escolhas e ter mais oportunidades económicas que de outra forma não teriam. Também debatemos coisas que já conseguimos, como o alargamento do subsídio de desemprego às vítimas de violência doméstica”.
Para Rui Tavares, que já classificou o Livre como a esquerda do futuro, afirmou que o Estado Social deve ser construído à base de inovações que possam “ajudar mais pessoas de formas flexíveis e adaptadas”. Como exemplos, o Programa 3C (Casa, Conforto e Clima) e o Passe Ferroviário Nacional.
“No programa 3C, que queremos alargar, mais de 70 mil famílias podem fazer renovações na sua casa para que não se passe tanto frio no inverno. Também queremos alargar o Passe Ferroviário Nacional, passar dos [comboios] regionais para os inter-regionais e intercidades, o que significa mais gente a poupar dinheiro todos os meses, num meio de transporte amigo do ambiente”, explicou o porta-voz do Livre.
“Montenegro não é capaz de responder”
Sobre a questão da governabilidade, Rui Tavares afirmou que, neste momento, “não pode haver fantasma ao voto útil”, mas disse que ainda há uma “incerteza” na Direita, que “não conseguiu responder a uma pergunta simples”.
“[A pergunta] já foi feita ao Livre e nós respondemos que, perante uma moção de rejeição do Chega a uma governação que se forma a seguir, não vamos votar a favor. Montenegro não é capaz de responder a essa pergunta. E esse é o cenário mais provável que estamos a ver”.
Após o debate, Rui Rocha, da Iniciativa Liberal, afirmou que há apenas “dois campos políticos”, ideia que Rui Tavares rejeita.
“Eu gostaria que existissem dois campos, mas a verdade é que a extrema-direita existe no nosso país. A questão é se ela faz parte das contas da governação ou não. Há zonas de sombra que podem deixar as pessoas enganadas”, frisou o porta-voz do Livre, alegando que “seria uma traição aos eleitores" se o "não é não", afinal, for uma espécie de sim disfarçado.
As eleições legislativas estão marcadas para 10 de março, mas há a possibilidade de votar em mobilidade já no dia 3 - a inscrição para o voto antecipado está aberta até quinta-feira.