Eleições Legislativas

CDU exige redução do valor do passe "num caminho para a gratuitidade"

A CDU pede mais peso no Parlamento para conseguir aprovar medidas que fazem a população pagar menos. O líder comunista Paulo Raimundo exigiu a redução do valor do passe intermodal de 40 para 20 euros.

Paulo Raimundo
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A mobilidade esteve no centro das atenções do secretário-geral do PCP esta terça-feira numa arruada em Setúbal, onde exigiu a redução do valor do passe intermodal de 40 para 20 euros, com vista a tornar os transportes gratuitos no futuro.

"É preciso que dos 40 passem para os 20 euros o custo do passe, num caminho progressivo para a gratuitidade dos transportes", afirmou Paulo Raimundo, diante de cerca de meia centena de pessoas no final da iniciativa comunista pela cidade sadina, sublinhando: "Esta é uma grande reivindicação".

Lembrando as propostas já apresentadas anteriormente sobre esta matéria, o líder comunista apelou à população da cidade onde cresceu para o voto na CDU (Coligação Democrática Unitária, que junta PCP e PEV), ao reivindicar a redução do valor do passe para os 40 euros nos tempos da geringonça (2015-2019), como exemplo de uma conquista do partido.

"Também propusemos que a travessia deste magnífico rio azul fosse integrada no passe intermodal... o PS chumbou, como tinha chumbado as propostas lá atrás de redução para os 40 euros. Mas nós temos uma experiência adquirida: com a luta do nosso povo, dos utentes e a força que o povo nos der, o mesmo PS que rejeitou vai ser obrigado a vir aos 20 euros para o valor do passe e a incorporação da travessia do Sado no passe intermodal", garantiu.

Nem maioria absoluta, nem Troika

Acompanhado pela cabeça de lista pelo distrito de Setúbal, Paula Santos, que liderou a bancada parlamentar na última legislatura, Paulo Raimundo salientou inclusivamente que foi o número de deputados alcançado em 2015 [17 deputados] que "obrigou o PS a vir a essa medida extraordinariamente importante para a vida das pessoas", indicando-a como "exemplo" da relevância do voto na CDU.

"Para continuar tudo na mesma temos a experiência da maioria absoluta do PS. Não é também para voltar aos tempos sombrios da 'troika'. O que está em decisão no dia 10 de março é se temos mais ou menos força para impor aquilo que é preciso. Independentemente das nuvens que assombram a campanha, eu estou muito confiante que as pessoas vão dar um voto nos seus anseios e interesses, que é o mesmo que dar o voto na CDU", realçou.

Além do discurso no Largo da Misericórdia, onde voltou a abordar as questões do aumento dos salários e das pensões, da habitação e dos lucros elevados das empresas, o secretário-geral comunista teve também um contacto com um grupo de professores antes da arruada, a quem prometeu a defesa da escola pública e a recuperação do tempo de serviço "em três anos".

"Há duas garantias que podemos dar: a defesa intransigente da escola pública - sem a escola pública não há democracia; e a segunda questão, que depende da primeira, é que sem professores valorizados, sem a consagração do tempo de serviço roubado e o fim da precariedade, sem isso não há nenhuma estabilidade nas escolas. Sei por experiência própria, com três filhos", assumiu.

Recusou também os cheques-ensino e vincou a necessidade de mais tempo para as crianças brincarem, menos alunos por turma e mais condições para os docentes.

"De forma mais simples, para não enrolar muito: é cumprir a Constituição", afirmou, concluindo: "Hoje ninguém se atreve a não querer reconhecer o tempo de serviço dos professores. E essa batalha foi ganha pela vossa luta e determinação. Vale a pena lutar".