O Chega acrescentou três arruadas ao seu plano inicial de campanha para as eleições legislativas, depois de ter preenchido os últimos dias com comícios ao almoço e ao jantar, mas rejeitou tratar-se de uma mudança de estratégia.
O partido liderado por André Ventura tinha previsto fazer três arruadas, duas que decorreram nos primeiros dias no Porto e em Braga, e a última para encerrar a campanha, em Lisboa. Além destas iniciativas, os dias de campanha do Chega foram preenchidos por comícios, um à hora de almoço e outro à hora de jantar.
Entretanto, os jornalistas foram informados que o partido decidiu sair mais à rua.
Uma das arruadas que foram acrescentadas ao programa da volta nacional do Chega decorreu esta terça-feira no centro de Évora, menos de 500 metros percorridos em pouco mais de meia hora. Nos próximos dias, no 'sprint' final da campanha, passaram a estar previstas também arruadas em Beja e Portimão.
Quando foi questionado na semana passada, o presidente do Chega justificou que o partido já tinha feito várias arruadas durante a pré-campanha, alegando mesmo ter sido o partido que mais optou por esta forma de contacto com a população.
Ventura rejeita que seja nova estratégia
Esta terça-feira, André Ventura justificou esta opção com o bom tempo a sul e rejeitou que se trate de uma mudança de estratégia, optando por dizer que foi "uma adaptação".
"A rua é o meu território", disse.
O líder do Chega indicou que teve solicitações "de muita gente que pedia para estar na rua", às quais acedeu, e indicou que não tem territórios mais confortáveis do que outros e que se "sente confortável no país todo", sustentando que o partido "tem estado em todo o país a crescer solidamente" e não tem medo.
Chega ruma a sul: Alentejo e Algarve próximos destinos
O Chega dedicou a primeira semana de campanha ao norte do país, tendo rumado agora ao Alentejo e Algarve. A volta nacional do Chega termina em Setúbal e Lisboa.
André Ventura e o cabeça de lista por Évora, Rui Cristina, lideravam a comitiva que contou o apoio de vários jovens, alguns dos quais novos demais para votar.
Pelo caminho foram-se ouvindo cânticos como "e salta Ventura, e salta Ventura, olé" (e André Ventura saltou), "e quem não salta é socialista, olé, olé", "Ventura, Ventura, Ventura", "Ventura segue em frente, tens aqui a tua gente" e, ainda, "Ventura, amigo, Évora está contigo".
O líder do Chega foi abordado por várias pessoas, que lhe pediam fotos e autógrafos e desejava boa sorte para as legislativas de domingo. Um dos rapazes que cumprimentou disse aos amigos que não iria lavar mais a mão e outra rapariga dirigiu-se a Ventura a chorar.
"Vamos ganhar", respondia André Ventura, pedindo votos a quem o abordava.
"Isto é uma loucura", comentou o cabeça de lista, antigo deputado do PSD, perante as solicitações a Ventura.
Aos jornalistas, Rui Cristina considerou que se sente nas ruas de Évora "mais vivacide, mais proximidade a este grande líder que é o André Ventura".