Eleições Legislativas

Mariana Mortágua quer acabar com Projetos de Interesse Nacional

Mortágua trouxe à mesa o exemplo do Data Center de Sines, que levou à queda do governo. Para a coordenadora do Bloco há mais fogo de vista ali do que impacto económico e empregos criados.

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Em Setúbal, no jantar-comício de segunda-feira à noite, a coordenadora do Bloco de Esquerda lembrou o Data Center de Sines para considerar que o regime especial de licenciamento é um convite à corrupção.

Em bastião de esquerdas, o bloco quer ser uma espécie catalisador.

"Sim, é possível defender Portugal dos tubarões e não estamos à espera do PS para nada disto. Nós vamos impor ao PS a mudança de que este país precisa", garantiu Joana Mortágua, cabeça de lista por Setúbal.

Setúbal elege 18 deputados. Foi Joana Mortágua a ocupar o único lugar a que o Bloco ficou reduzido na representação distrito, no tombo de há dois anos, mas com nova aliança em perspetiva, foi um antigo parlamentar a trazer um raro ato de contrição.

"Fomos incompreendidos quer quando dissemos sim, quer quando dissemos não e pagámos duras penas por esses atos e por essas decisões, mas somos nós inteiros que estaremos com toda a firmeza firmeza nessas negociações", disse Luís Fazenda, fundador do Bloco de Esquerda.

Habitação, Salários e Saúde, as condições impostas pelo Bloco de Esquerda são claras desde janeiro, mas Mariana Mortágua em Setúbal, veio acrescentar mais uma: o fim dos projetos de interesse nacional.

"Decretar que há investimentos que devem ser privilegiados, ter prazos especiais, regras especiais, que ultrapassam as leis e regulamentos, enquanto outros são obrigados a ficar na fila de espera é um convite à corrupção, ao tráfico de influências e ao crime económico", garantiu Mariana Mortágua.

Mortágua trouxe à mesa o exemplo do Data Center de Sines, que levou à queda do governo. Para a coordenadora do Bloco há mais fogo de vista ali do que impacto económico e empregos criados.

"O investimento que é de interesse nacional não é os projetos PIN. Às vezes é preciso dizer não", acrescentou a líder do partido.

Mais uma decisão sujeita ao escrutínio futuro.