Eleições Legislativas

Câmara de Lisboa aceita ordem da CNE de retirada de cartazes mas irá contestar

Na perspetiva da autarquia, os cartazes em causa são “um ato de prestação de contas, transparência e informação para com os munícipes” e que “esta mera informação institucional não se enquadra no âmbito da publicidade pública”.

Carlos Moedas, presidente da câmara de Lisboa
Carlos Moedas, presidente da câmara de Lisboa
ANTÓNIO PEDRO SANTOS

A Câmara de Lisboa vai acatar a ordem da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de retirada de cartazes sobre medidas do município na área da habitação após queixas sobre violação da lei eleitoral, mas irá contestar a deliberação.

Em causa estão queixas recebidas pela CNE contra a Câmara Municipal de Lisboa (CML), por se considerar que a autarquia violou a lei eleitoral ao ter feito publicidade institucional durante o período da campanha das eleições legislativas, com cartazes relativos às medidas implementadas pelo município na área da habitação, relativamente ao apoio às rendas e à reabilitação de fogos devolutos.

Em resposta à agência Lusa, a CML adiantou que "a informação referida pela CNE foi colocada em dezembro do ano passado e não em qualquer período eleitoral".

"Essa informação é o resultado do extraordinário trabalho das equipas e serviços municipais na capacidade de reabilitação de imóveis que não se encontravam a uso e que foram recuperados e disponibilizados como habitação municipal, bem como na atribuição de apoios ao arrendamento, ajudando muitas famílias a conseguirem ter um lar e condições para os seus filhos", indicou a CML, presidida por Carlos Moedas (PSD).

Na perspetiva da autarquia, os cartazes em causa são "um ato de prestação de contas, transparência e informação para com os munícipes, numa área fundamental e reconhecidamente tão difícil como é o acesso à habitação na cidade de Lisboa".

Neste sentido, a interpretação da CML é que "esta mera informação institucional não se enquadra no âmbito da publicidade pública, revestindo-se apenas de um caráter meramente ordinário e declarativo", considerando que não está abrangida pela proibição constante da legislação relativa à realização de campanha eleitoral.

"De qualquer forma, e de acordo com o solicitado pela CNE com base em denúncias anónimas, a CML pediu para a empresa responsável dar início ao processo de retirada dos cartazes", acrescentou a autarquia.

Contudo, apesar de cumprir com o pedido de retirada dos cartazes no prazo de 24 horas, "a CML irá contestar a posição e interpretação da CNE".A agência Lusa solicitou à CNE mais informação sobre esse assunto, aguardando ainda resposta.

As eleições legislativas ocorrem este domingo, 10 de março, tendo a campanha eleitoral arrancado em 25 de fevereiro.

Com Lusa