Eleições Legislativas

Costa deixa avisos sobre a direita e entrega o leme ao "timoneiro" Pedro Nuno

O ainda primeiro-ministro apareceu no último dia de campanha eleitoral para reforçar a importância da eleição do Partido Socialista para dar continuidade às políticas que têm vindo a implementar, seja a nível salarial, das reformas no SNS e até, mesmo, na execução do PRR.

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António Costa, ainda primeiro-ministro, discursou esta sexta-feira, último dia da campanha eleitoral, para justificar porque é que o voto no Partido Socialista é essencial: para o país "não andar para trás".

No último dia de campanha, o antigo secretário-geral do Partido Socialista, António Costa, fez um último apelo aos portugueses que vão votar e, relembrou, porque é que é essencial impedir que a Aliança Democrática ganhe as eleições de domingo. Relembrar feitos socialistas nos últimos tempos

No almoço do PS, em Lisboa, António Costa relembrou os feitos socialistas nos últimos temos, nomeadamente no SNS, PRR e nos salários.

Para que nada do trabalho que foi feito pelos socialistas seja destruído, o ainda primeiro-ministro de Governo em gestão entrega os lemos ao timoneiro Pedro Nuno Santos para levar o país a bom cabo.

"Tudo indicada que conseguimos dobrar o Cabo das Tormentas. É preciso garantir que, este momento de mudança, nos faça mesmo estar no Cabo da Boa Esperança e, para que isso aconteça, é fundamental não andarmos para trás, não destruir o que foi feito, mas com o timoneiro Pedro Nuno Santos teremos um novo impulso e energia para a caminhada que iniciamos em 2015", referiu António Costa.

Desta forma, para o ex-secretário-geral do PS, não é “tempo de parar” o que está a ser feito e ainda realçou que o Governo não teve “a cabeça na areia” e achou que estava tudo bem.

“Sabíamos que havia problema e adotamos medidas, a joia na coroa do PS é o SNS, nunca nenhum de nós estará descansado até o SNS estar bem”, acrescentou.

E, por isso, justificou que o PS no Governo tomou medidas ainda em janeiro do ano passado para melhorar a gestão do SNS, como a direção executiva, como as Unidades Locais de Saúde e a dedicação plena dos médicos a que, nos primeiros dois meses, 25% dos profissionais aderiram.

“Quem quer mesmo salvar o nosso SNS deve votar no PS, porque é garantia que não só não voltamos para trás como não paramos nas reformas que temos em curso”, reforçou.

O PRR é de Pedro Nuno

A respeito do crescimento económico, António Costa lançou mais uma farpa para a Aliança Democrática, nomeadamente para o PSD, ao dizer que “toda a gente tem a ambição que o país cresça mais”, mas que o importante é saber “como”.

“Nós negociamos em Bruxelas um PRR que, segundo os dados da Comissão Europeia, é, entre os 27 estados-membros, o quinto que mais vai aumentar estruturalmente a riqueza nacional, mais 2% num cenário pessimista, num cenário otimista mais 3,5%”, anunciou o ainda primeiro-ministro.

Mas colocou, então, uma questão aos eleitores e militantes do PS na sala: “Vamos entregar a execução do PRR a quem, na primeira hora, começou por não acreditar que o PRR fosse possível? Que levou dois anos a dizer mal do PRR e agora são eles que vão conseguir executar o PRR?”.

A sala encheu-se de aplausos e António Costa continuou e reforçou, uma vez mais, a sua confiança em Pedro Nuno Santos para continuar a levar a cabo o projeto socialista.

“Pois, por mim não tenho duvidas, só o PS está em boas condições para executar o PRR. Só alguém como o Pedro Nuno Santos, que inscreveu no PRR muitas obras por construir, ele pensou, planeou e será ele o melhor a executar o PRR do que qualquer outro”, disse.

Avião que não descola

Um último exemplo do que não pode parar, para António Costa - e que só não para caso o Partido Socialista for eleito - é o novo aeroporto de Lisboa.

O primeiro-ministro ainda brincou com o assunto ao referir que “o país já discutiu tanto” que até ele próprio e Pedro Nuno já discutiram sobre o aeroporto.

“Finalmente fizemos acordo com PSD para criar uma comissão técnica independente. A presidente definiu os saberes necessários para que a decisão fosse fundamentada. Houve um acordo entre nós e o PSD que respeitaríamos o que fosse o parecer da comissão. O parecer final vai ser entregue na próxima segunda-feira, a partir de terça-feira um futuro Governo pode chegar e no dia tomar a decisão, mas o PSD já foi avisando que afinal não está aqui para respeitar o parecer técnico, vai nomear agora um grupo de trabalho para refletir sobre o que já foi refletido pela comissão”, explicou António Costa o seu receio a respeito das inversões de marcha que teme que os sociais-democratas façam.

Para Costa não se pode “perder mais tempo”.

Os alertas de Costa

Já no fim do seu discurso, António Costa conferiu-se credibilidade, no seu “novo estatuto de irmão mais novo de Manuel Alegre” e deixou dois avisos:

O primeiro alerta é sobre os salários e as promessas eleitorais da direita.

“Temos passado o tempo a ouvir que a direita quer melhores salários. Então mas querem tanto aumentar salários que, em vez de antecipar o que já acordamos, o que propõem é adiar para 2030 o salário médio? Já agora, como é que vai ser esse adiamento? Aumentos menores do que estão a ser acordados, vai ser o salário congelado? Não, o pais não precisa de andar para atrás, o país tem que acelerar de aumento de salários, precisa de choque salarial que o Pedro Nuno Santos fala”, afirmou António Costa.

O outro alerta é sobre o choque fiscal que a direita disse que vai implementar. António Costa acautela para essas declarações.

“Como é recorrente na direita, em campanha prometem sempre um choque fiscal que acaba sempre num enorme aumento de impostos. Mas agora admitamos que eles vão tentar fazer diferente, que vão fazer o choque fiscal. Ora, de acordo com as contas deles se nós formos somando ano após ano o que significa o choque fiscal que propõem, verdadeiramente aquilo é um bónus para as grandes empresas”, disse.

Neste último dia de campanha eleitoral, várias figuras da velha e da nova guarda dos partidos políticos juntam-se aos líderes que, no domingo, irão descobrir o seu futuro para os próximos quatro anos (se a legislatura chegar a isso).