Eleições Legislativas

Entrevista SIC Notícias

Para Ventura seria a "cereja no topo do bolo" Augusto Santos Silva não ser eleito

Em entrevista à SIC Notícias, Bruno Costa, analista de Ciência Política, falou sobre o Chega estar neste momento à frente para eleger dois deputados através dos votos da emigração e sobre o manifesto de alguns militantes do PSD que pede um acordo com o partido de André Ventura.

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Um grupo de sete militantes do PSD subscreveu um manifesto onde pede uma solução governativa à direita com o Chega. Em entrevista à SIC Notícias, Bruno Costa, analista de Ciência Política, garante que o documento já era expectável, mas que no entanto não terá grande importância.

"Obviamente que num partido com tanta diversidade de opinião isto seria expectável", mas "se olharmos para os signatários deste texto percebemos que neste momento têm um peso muito diminuto ou quase irrelevante nas estruturas e centros de decisão do PSD", garantiu.

"Parece-me que não é de todo representativo daquilo que é a massa que neste momento acaba por determinar a estratégia do PSD e parece-me também que não faz qualquer moça à estratégia de Luís Montenegro", acrescentou.

Esta segunda-feira, o Presidente da República rejeitou, em comunicado, comentar as declarações de partidos ou notícias de jornais, minutos depois do líder do Chega ter dito que Belém não se oporia a uma eventual presença do partido no Governo.

Na a opinião do analista de Ciência Política, Marcelo Rebelo de Sousa não deveria ter avançado com "qualquer comunicado", uma vez que “não se justifica um comunicado de uma linha e meia a dizer que não comenta declarações dos partidos ou dirigentes partidários”. Para Bruno Costa, a Presidência da República deveria ter ignorado esta comunicação de André Ventura.

Sobre o Chega estar neste momento à frente para eleger dois deputados através dos votos da emigração, o analista diz que para André Ventura seria a "cereja no topo do bolo" Augusto Santos Silva não ser eleito, "tendo em conta os confrontos de André Ventura com o presidente da Assembleia da República nos últimos dois anos".

Para o analista, a eleição de dois deputados do Chega através dos votos da emigração "permitirá ao Chega alavancar a onda de resultados que teve precisamente nos círculos do território nacional, alcançando 50 deputados e eventualmente vencendo um circulo eleitoral, neste caso o circulo da Europa".