Eleições Legislativas

Estabilidade? "Numa palavra, o Presidente tem razão", defende Marques Mendes

Marques Mendes diz ter um entendimento próximo de Marcelo Rebelo de Sousa quando este disse que pretende dar posse a um Executivo que consiga viabilizar o programa de Governo no Parlamento.

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O candidato presidencial Luís Marques Mendes classificou esta terça-feira a estabilidade como uma questão vital para o país e advogou que a campanha eleitoral para as legislativas não está a ser esclarecedora para os portugueses.

Marques Mendes diz ter um entendimento próximo do atual Presidente da Republica, Marcelo Rebelo de Sousa, quando este disse que pretende dar posse a um Executivo que consiga viabilizar o programa de Governo no Parlamento.

"Sim, concordo. O Presidente da República explicou novamente nos últimos dias a sua grande preocupação com a estabilidade. E eu acho que faz bem. Porquê? Porque nós temos uma situação singular, é que depois destas eleições, no próximo domingo, durante cerca de um ano, não é possível haver uma dissolução do parlamento. Isso pode fazer com que o país caia num impasse", disse Marques Mendes em declarações aos jornalistas no final de uma visita à Ephemera -- Biblioteca e Arquivo de José Pacheco Pereira, no Barreiro, no distrito de Setúbal.

O social-democrata e candidato presidencial defende que “não há nada melhor do que alertar as pessoas para isso antes do voto”.

"Tenho para mim o seguinte, a estabilidade é uma questão vital para o país", disse adiantando que não é possível ter crescimento, desenvolvimento e mais Estado Social se não existir estabilidade e que só existem duas formas de resolver a questão: "ou são os portugueses ou são os partidos políticos".

“Numa palavra, o Presidente tem razão”

Os portugueses, frisou, podem, no próximo dia 18 dar condições de governação a um partido ou a uma coligação, ou então, a seguir às eleições serem os partidos a garantir o mínimo de condições de estabilidade.

"Mas, numa palavra, o Presidente tem razão, sobretudo nesta ideia, a questão da estabilidade nunca foi tão importante como nestas eleições no dia 18 de maio", salientou.

Questionado sobre se a campanha está a ser esclarecedora, Marques Mendes disse que não.

"Não, isso não acho. Com toda a franqueza, não acho, nem acho, primeiro, que os debates tenham sido muito esclarecedores. Foi o possível, mas não foram muito esclarecedores", disse.

Marques Mendes considera que a campanha tem tido muitas omissões, especialmente, por não ter também como tema de debate o que se passa no mundo.

"Não consigo perceber como é que se faz uma campanha eleitoral, com o mundo no estado em que está, com a Europa no estado em que está, com as alterações brutais que estão a acontecer à escala global, e este não é um tema de debate em campanha eleitoral. É muito difícil compreender, porque nós não somos uma ilha e aquilo que acontece na Europa, aquilo que acontece no mundo, influencia, quanto mais não seja do ponto de vista económico, a situação de Portugal", disse.

Questionado se a falta de esclarecimento que advoga existir na campanha eleitoral para as legislativas favorecerá a abstenção o candidato presidencial diz temer que tal possa acontecer.

"Espero que não, mas receio que sim. O bom sinal foi no domingo passado, o voto antecipado com mais pessoas do que no ano anterior. Isto é um bom sinal e se este sinal se consolidar no próximo domingo, excelente, mas eu tenho alguns receios a esse respeito, mas como sou um otimista acredito que a abstenção continuará a baixar", disse.