Eleições Legislativas

Paulo Raimundo: "Afirmámos a CDU como uma grande força de coragem, seriedade e confiança"

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afirmou que a CDU teve um 'resultado de resistência' nas eleições legislativas, destacando a coligação como 'a grande força de coragem, seriedade e segurança'. Raimundo alertou para o perigo de uma 'agenda retrógrada, neoliberal e antissocial' com a maioria parlamentar de direita, mas recusou falar em vitória ou derrota.

O líder da Coligação Democrática Unitária (CDU) e secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo, fala aos apoiantes na noite das eleições legislativas de 2025 na sede de campanha da coligação em Lisboa, Portugal, 18 de maio de 2025.
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O secretário-geral do PCP afirmou, este domingo, em Lisboa que a CDU teve "um resultado de resistência", perante um quadro marcado pelo perigo "da intensificação da agenda retrógrada, neoliberal e antissocial".

"Nesta campanha, nesta luta, afirmámos a CDU como a grande força de coragem, seriedade e segurança", declarou Paulo Raimundo deixando uma saudação especial para "a juventude" que "com a sua participação e combatividade, deu a esta campanha uma expressão de grande dinâmica e que vai ter frutos".

Ainda assim, e num momento em que estão eleitos três mandatos, Raimundo disse, porém, que "o resultado da CDU, marcando resistência num quadro exigente, não reflete o apoio na campanha e o que a situação do país exigia".

Mas, garantiu, "cada voto conta na CDU e nenhum voto na CDU será desperdiçado". Paulo Raimundo disse ainda que acredita que a coligação PCP/PEV consiga eleger mais um deputado e manter os quatro que tinha.

Paulo Raimundo recusa falar em vitória ou derrota

O líder comunista assumiu que a maioria da Assembleia da República composta por AD, Chega e Iniciativa Liberal (IL), "independentemente dos arranjos que se venham a verificar entre essas forças, comportam o perigo da intensificação da agenda retrógrada, neoliberal e antissocial".

Recusando falar em vitória ou derrota, Paulo Raimundo apontou para um quadro exigente, antevendo um combate a uma "revisão subversiva da Constituição da República" (AD, Chega e IL têm mais de dois terços necessários para uma revisão constitucional).

União à esquerda?

Paulo Raimundo, quando questionado sobre união à esquerda, escusou-se a clarificar que diálogo poderá surgir.

Apesar de dizer que "todos são poucos para a batalha para enfrentar a direita" e que "todos os que vierem para esse combate serão bem-vindos", o líder comunista disse que a CDU não ficará "à espera de ninguém".

"Vamos tomar a iniciativa, como sempre o fizemos, de combate e proposta. É isso que nós vamos fazer. Vamos fazê-lo amanhã nas ruas, vamos fazê-lo na Assembleia da República e em todas as áreas de intervenção", vincou.

Paulo Raimundo afirmou que está "aberto ao diálogo, mas nos locais de trabalho", nos centros de saúde e hospitais, entre outros locais.

"Os resultados não foram o que nós precisávamos de ter tido mais votos e mais força, mas isso não belisca em nada este extraordinário coletivo", frisou o líder comunista, cujas respostas à comunicação social terminaram invariavelmente com palavras de ordem e aplausos dos apoiantes que enchiam a sala.

- Com Lusa