Eleições nos EUA

EUA-2024, Eleição Decisiva: isso, isso, força Trump

EUA-2024, Eleição Decisiva: isso, isso, força Trump
Evan Vucci

Trump mantém avanço claro na corrida à nomeação republicana e em vários indicadores parece evidente que será a melhor hipótese para uma reeleição de Joe Biden. A análise a 537 dias da eleição presidencial norte-americana de 2024.

Outro candidato republicano, mais novo, com menos anticorpos e sem estar metido em confusões, pode ser mais desafiante para o atual Presidente. Os democratas estão a torcer por Donald.

O que os últimos dias nos mostram

Trump voltou a não ser claro na questão da invasão russa da Ucrânia: no Town Hall à CNN norte-americana, nem sequer quis escolher entre Ucrânia e Rússia quanto a quem deve vencer a guerra. Imaginem o que seria para a dinâmica da guerra se Donald voltasse à Casa Branca em janeiro de 2025.

Trump também não foi claro sobre o que poderá fazer quanto a uma "national abortion ban" e sobre a crise do teto da dívida mostrou-se profundamente irresponsável, apelando aos líderes republicanos do Congresso: "Se os democratas não vos derem cortes massivos, vão ter que provocar um 'default'".

Quanto a 6 de janeiro de 2021, diz que foi um "dia lindo e maravilhoso" e advogou um perdão aos invasores. Espera-se o pior: Trump em versão de terceira candidatura presidencial (primeira como ex-Presidente) será em modo vingança.

Tendência democrática

O avanço do Presidente terá, pelo menos para já, retirado um interesse real à corrida democrata. A menos que a saúde o impeça, Joe Biden será o nomeado. Mas vai, na mesma, haver primárias, com pelo menos dois "challengers" democratas ao Presidente: Bobby Kennedy Jr. e Marianne Williamson. E por proposta do próprio Biden, o Comité Nacional Democrata prepara-se para uma mudança histórica no calendário, passando o estado de arranque a ser a Carolina do Sul, como forma de dar mais fôlego ao sul e a um estado com forte implantação negra (30% no total da população, 55% nos democratas registados).

Sucede que o New Hampshire, tradicionalmente o estado de arranque de primárias clássicas (só precedido pelo Iowa, onde há um "caucus" e não uma votação em urna), tem uma governação estadual republicana. E o GOP local não está na disposição de abdicar de uma lei estadual que confere ao New Hampshire a obrigação de fazer as suas primárias uma semana antes de qualquer outra.

Ora, neste momento o que pode acontecer é que o governo estadual do "granite state" marque primárias sem que Biden esteja nos boletins. Veremos como vão os democratas resolver a questão sem colocar o Presidente numa situação um pouco bizarra de ter… zero votos no arranque das primárias.

Não seria estatisticamente relevante (nos outros 49 estados Biden ganhará facilmente a corrida democrata), mas o Comité Nacional Democrata assume que não está a ignorar o risco e estuda hipóteses de manter o New Hampshire no calendário proposto sem infringir a lei estadual.

Tendência republicana

O governador da Flórida, Ron DeSantis, deve entrar na corrida presidencial do Partido Republicano já na próxima semana, com um anúncio formal esperado para a semana seguinte em Dunedin, sua cidade natal na Flórida. É provável, no entanto, que DeSantis inicie a campanha no terreno já na quarta-feira.

Os procedimentos prévios a um lançamento de uma campanha presidencial já estão em marcha. Dezenas de angariadores de fundos e doadores foram convocados para o sul da Flórida sob a suposição de que serão solicitados a começar a construir a base financeira da campanha presidencial de DeSantis.

Cerca de 100 quartos de hotel foram reservados no Four Seasons em Miami, que sediará receções para doadores, briefings com a equipa política de DeSantis e sessões de angariação de fundos. O objetivo de DeSantis é obter entre 100 mil e 150 mil dólares por cada evento.

Nos últimos meses, o governador da Flórida já desbravou caminho: incluiu o lançamento de um livro, uma dúzia de aparições em eventos locais de arrecadação de fundos do Partido Republicano, uma viagem internacional e a criação de uma "super PAC".

A 20 ou 30 pontos de Trump nas sondagens, DeSantis não conseguiu ainda encontrar um caminho que o demarque do líder da corrida republicana: opiniões oscilantes sobre a guerra Rússia-Ucrânia, conflito com a Disney e republicanos do seu estado da Flórida no Congresso a já terem escolhido Trump.

Esta sexta-feira, DeSantis viajará para outro estado de nomeação antecipada, New Hampshire, para se reunir com legisladores estaduais.

Uma frase

"Não penso em termos de ganhar e perder penso em resolver as coisas para que paremos de matar todas essas pessoas".

(Donald Trump no Town Hall no New Hampshire, abdicando assim de escolher Ucrânia e Rússia nesta guerra)

Uma sondagem

Republicanos no New Hampshire:

Trump 39

DeSantis 18

Haley 3

Pence 1

(American Greatness, 15 a 17 maio)