Germano Almeida

Comentador SIC Notícias

Eleições nos EUA

DIA D-83: os latinos escolhem Kamala

Opinião de Germano Almeida. A maior e mais antiga organização latina de direitos civis dos Estados Unidos rompeu a tradição de quase um século de neutralidade e fez algo que nunca tinha feito: apoia um candidato presidencial norte-americano.
DIA D-83: os latinos escolhem Kamala
Kevin Mohatt

1 – Os latinos escolhem Kamala

A Liga dos Cidadãos Latino-Americanos Unidos (LULAC), maior e mais antiga organização latina de direitos civis dos Estados Unidos, rompeu a tradição de quase um século de neutralidade e fez algo que nunca tinha feito desde a sua fundação em 1929: apoia um candidato presidencial norte-americano.

A LULAC Adelante PAC apoia Kamala, tendo já manifestado essa decisão quando o ticket Harris/Walz fez comícios em Glendale, Arizona, e em Las Vegas, Nevada, no final da semana passada. Arizona e Nevada são estados que os democratas acreditam poder vencer a 5 de novembro. E em ambos as populações latinas são significativas.

De acordo com o Censos 2020, os hispânicos são 43% dos habitantes do Arizona e 29% da população do Nevada.

Em 2020, Biden bateu Trump nos latinos, a nível nacional, por 66-34 a nível nacional, mas na Florida houve um empate 49-49 entre os nativos-cubanos. Na Califórnia, 72% dos latinos votaram Biden; no Nevada, contudo, a vantagem Biden sobre Trump nos latinos foi menor: 62-38, sendo que os homens latinos do Nevada preferiram Trump a Biden por 55-45. Como será desta vez?

Kevin Mohatt

2 – Trump volta ao X e recorre ao amigo Musk

Donald está de regresso ao X: desde agosto do ano passado que não aparecia na plataforma de Elon Musk. A conta de Trump publicou na segunda-feira dois anúncios de campanha naquela rede social. O primeiro anúncio, com duração de 2 minutos e 30 segundos, narra a vitória eleitoral de Trump em 2016, o discurso de posse de 2017 e várias ações da presidência. Logo a seguir, atira-se ao mandato presidencial de Biden. “Nunca pensei que algo assim pudesse acontecer na América”.

Trump volta ao discurso da diabolização do “status quo”. O tom populista do “nós” contra “eles”: “O único crime que cometi foi defender destemidamente a nossa nação daqueles que procuram destruí-la. Quanto mais um sistema falido vos diz que estão errados, mais certezas terão de que devem seguir em frente. Eles querem tirar a minha liberdade porque nunca vão deixar que tirem a liberdade deles. Eles querem silenciar-me porque eu nunca vou deixar que vos silencie. Eles não estão a ir atrás de mim. Eles estão ir atrás de vocês. E eu, simplesmente, estou no caminho deles e eu nunca desistirei."

“Quando for reeleito, destruirei totalmente o ‘deep state’. Enquanto tivermos orgulho em nossas crenças, coragem em nossas convicções e fé em nosso Deus, não falharemos.” Na entrevista a Musk, com um pico de 1,3 milhões de internautas (valor relevante, mas muito abaixo de uma audiência televisiva de um debate), Trump tentou retomar a ideia de intervenção divina que lhe terá salvado a vida no atentado em Butler. E até agradeceu à imigração ilegal (estava a mostrar gráfico no momento em que levou a bola de raspão).

Margo Martin via X

UMA INTERROGAÇÃO: Pode uma escalada do conflito no Médio Oriente mudar por completo a dinâmica da corrida presidencial norte-americana e relançar as hipóteses de Donald Trump?

Um estado: Michigan

  • Resultado em 2020: Biden 50,6%-Trump 47,9%
  • Resultado em 2016: Trump 47,5%-Hillary 47,3%
  • Resultado em 2012: Obama 54,0%-Romney 44,6%
  • Resultado em 2008: Obama 57,3%-McCain 40,9%
  • Resultado em 2004: Kerry 51,2%-Bush 47,8%

-- O Michigan tem 10 milhões de habitantes: 73,9% brancos, 26,4% hispânicos, 13,7% negros, 3,3% asiáticos; 0,6% indiano-americanos // 11.º maior em área // 17.º em população

Vale 15 votos no Colégio Eleitoral

Uma sondagem:

VOTO POPULAR -- Kamala 47-Trump 44

(Morning Consult, 9 a 11 agosto)