Pode ser o debate decisivo para desequilibrar o empate técnico nas sondagens entre Kamala Harris e Donald Trump. A cidade de Filadélfia, na Pensilvânia, vai acolher o encontro: o primeiro entre Donald Trump e Kamala Harris, que sucede na corrida a Joe Biden precisamente após a participação desastrosa no último debate com Trump.
Os dados sugerem que o crescimento da vice-presidente estagnou depois da curiosidade inicial e que os eleitores precisam de mais informação sobre a candidata. A campanha da democrata tem evitado momentos arriscados como entrevistas ou aparições em comícios sem guião. Já Donald Trump tem perdido terreno para a adversária, mas mantém uma base de apoio sólida e fiel. Entre eles não estão nem o antigo vice-presidente republicano Dick Cheney nem a filha, antiga congressista.
“Nunca votei num democrata. Temos de fazer todos os possíveis para garantir que ele não seja reeleito. É importante votar na vice-presidente Harris.
A colega de partido que votou pela destituição de Trump da presidência alerta para o perigo para o estado de direito ao ter um candidato que não cumpre ordens dos tribunais, nem aceita os resultados das eleições.
Nas últimas horas, Trump anunciou reformas drásticas ao governo central dos Estados Unidos e apontou o novo aliado para as levar a cabo.
“Por sugestão de Elon Musk, vou criar uma comissão de eficiência governamental encarregada de efetuar uma auditoria financeira e de desempenho exaustivo a todo o Governo Federal e de fazer recomendações para reformas drásticas. E o Elon, como não está muito ocupado, aceitou liderar esse grupo de trabalho.
O debate vai ser transmitido pela ABC e em plataformas de streaming como a Disney e a Hulu. Vão ser 90 minutos e, pela primeira vez, com dois intervalos para publicidade, sintoma do interesse que está a suscitar nos americanos.
Economia, imigração e aborto são temas que vão estar no centro do debate, com microfone fechado para quem não está a responder a uma pergunta - e onde Kamala Harris vai tentar não enjeitar a herança de Biden ao mesmo tempo que promete representar a mudança.
Trump vai tentar embaraçar a adversária, e contrariar a imagem do homem velho e ultrapassado, mas não demasiado para não alienar as fatias de eleitorado conservador e religioso. O homem que em 2016 todos consideraram ter perdido o debate com Hillary Clinton acabou, afinal, por ganhar as eleições.
As presidenciais norte-americanas estão marcadas para o dia 5 de novembro.