Eleições nos EUA

Eleições nos EUA: norte-americanos escolhem mais do que o Presidente

As eleições desta terça-feira nos EUA servem para escolher o próximo Presidente e vice, mas os eleitores também se vão pronunciar sobre a composição de grande parte do Congresso e governadores de estados e territórios.

Eleições nos EUA: norte-americanos escolhem mais do que o Presidente
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Câmara de Representantes

Os 435 assentos na Câmara dos Representantes serão renovados, havendo atualmente maioria republicana de 220-213.

As sondagens apontam para uma possível expansão do controlo dos republicanos, mas os democratas estão confiantes de que podem diminuir a margem de diferença.

Senado

No Senado, o resultado é mais incerto e será um dos pontos mais importantes da noite eleitoral.

Neste momento, os democratas controlam 47 lugares, os republicanos controlam 49 e há quatro independentes, que geralmente votam maioritariamente ao lado dos democratas.

Nestas eleições, apenas 34 dos 100 senadores são renovados.

O controlo do senado é fundamental, pois é aí onde se confirmam os altos cargos do Governo e dos juízes do Supremo Tribunal Federal.

A eleição de governadores

Os governadores de 11 dos 50 estados do país também são decididos nesta votação: Delaware, Indiana, Missouri, Montana, New Hampshire, Carolina do Norte, North Dakota, Utah, Vermont, Washington, West Virgínia.

Nos EUA, os estados têm ampla margem de autonomia, pelo que controlar as casas dos governadores é uma importante alavanca de poder.

O sistema de colégio eleitoral

A eleição presidencial nos Estados Unidos não resulta do voto direto dos cidadãos, mas é o Colégio Eleitoral, de 538 membros, distribuídos na proporção da população de cada estado, que decide a vitória de um candidato.

Para alcançar a vitória, são, assim, necessários mais de 270 votos do Colégio Eleitoral.

Membros da Câmara participam numa sessão conjunta reconvocada do Congresso para certificar os votos do Colégio Eleitoral das eleições presidenciais de 2020 na Câmara da Câmara em Washington, EUA.
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Os Estados-chave

Dado que a maioria dos estados vota de forma inequívoca e repetida num dos partidos, tudo é decidido nos chamados estados flutuantes ('swing states'), que as sondagens dizem poder vir a ter resultados muitos renhidos.

Para estas eleições, os estados considerados decisivos são: Geórgia, Carolina do Norte, Arizona, Wisconsin, Pensilvânia, Michigan e Nevada.

O estado da Pensilvânia é, destes, o que tem maior número de votos (19) no colégio eleitoral, pelo que pode ser mesmo o estado decisivo.

Os “terceiros candidatos”

A democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump não serão os únicos candidatos nos boletins de votos.

Em alguns estados, aparecerão nomes de candidatos de movimentos como o Partido Libertário, o Partido Verde, o Partido para o Socialismo e a Libertação, o Partido da Constituição, o Partido da Solidariedade Americana.

Há ainda dois candidatos independentes: Robert F. Kennedy (que retirou a sua candidatura em alguns estados, a favor de Trump) e Cornel West.

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Quando serão conhecidos os resultados finais?

Normalmente, os norte-americanos vão para a cama tarde, na terça-feira das eleições de novembro, mas já a saber quem é o novo Presidente, mas este ano este cenário é muito pouco provável, tal como já sucedeu em 2020.

O número de votos antecipados pelo correio está a ser muito elevado e, se o resultado for muito competitivo, pode demorar dias para se saber o resultado, já que todos esses votos terão de ser contados e podem ser contestados.

Aliás, o Partido Republicano contratou centenas de escritórios de advogados para se prepararem para processos judiciais de contestação de resultados eleitorais.

Com Lusa