Para milhões de pessoas que vivem, ilegalmente, nos Estados Unidos, a tomada de posse de Donald Trump marca o primeiro dia de uma grande incerteza. Vivem no medo de serem deportados depois de anos a viverem e a trabalhar num país cujo novo Presidente diz que não os quer. Só mexicanos são cerca de 5 milhões.
Quase 5% dos habitantes dos Estados Unidos, são imigrantes ilegais. São cerca de 22 milhões de pessoas. Muitas estão lá há décadas, trabalham e até pagam impostos, num sistema que os acolheu mas que não lhes dá os mesmos direitos.
Para muitos, o medo da deportação, agora que Donald Trump volta à Casa Branca, é a grande preocupação.
"Vivo em Chicago há cerca de 27 anos. Tenho três filhos, o mais velho tem 27 anos, tenho uma filha de 18 anos e um rapaz de 9 anos. Nasceram aqui nos Estados Unidos, em Chicago", conta Elena Barrera, imigrante ilegal nos EUA.
Elena, como tantos outros, já nem se lembra da vida antes de se mudar para os Estados Unidos. Se for deportada, não sabe para onde ir nem o que fazer.
"O meu filho de 9 anos diz-me que tem medo que, um dia, a mãe não volte para casa. Tem medo que eu seja deportada para o México. Ele não quer ir para o México porque tem a sua escola aqui. Viveu toda a sua vida aqui. Ele chora", relata a imigrante.
Muitos já estão a tratar dos papéis, com advogados, amigos e família, para, se forem deportados, terem quem trate dos negócios, dos filhos e do dinheiro.
Em algumas cidades, as organizações não governamentais estão a ajudar e a aconselhar quem tem receio de ser expulso nos próximos meses.
Só mexicanos a viverem ilegalmente nos Estados Unidos são cerca de 5 milhões. O governo do México está a preparar um plano de emergência para acolher os que forem obrigados a regressar ao país.