Já com dois candidatos anunciados à direita, a esquerda parece ainda sem um rumo claro para as eleições presidenciais de 2026. Paulo Baldaia, comentador SIC, explica no Expresso da Manhã que o Partido Socialista enfrenta um "problema histórico" quando se trata de unir forças para esta eleição.
"A esquerda está a tentar curar as feridas. Olhando diretamente para o Partido Socialista, há um problema histórico com as presidenciais. Em dez eleições que já houve o PS só esteve unido em quatro", refere Paulo Baldaia, acrescentando que o partido "tem essa dificuldade para resolver".
A esquerda "arrisca-se mesmo a não ir à segunda volta porque não está capaz de consensualizar um candidato", aponta o comentador SIC.
Marques Mendes já começou a delinear a agenda
Ao contrário da esquerda, a direita parece estar mais decidida com Luís Marques Mendes já a delinear a agenda que marcará a sua campanha presidencial, destacando a possibilidade de uma crise política, caso o orçamento de 2026 não seja aprovado. "Esse [tema] será central na campanha", considera Paulo Baldaia.
Para além disso, Marques Mendes já começou também a desafiar outros possíveis candidatos a se posicionarem sobre o que fariam diante de uma crise política, sublinha o comentador.
A experiência política é decisiva para o cargo de Presidente?
Tanto Marques Mendes como os possíveis candidatos do PS, António Vitorino e António José Seguro, têm uma vasta experiência na política, ao contrário de Gouveia e Melo - uma cartada que será jogada contra o ex-chefe do Estado-Maior da Armada - , alerta Paulo Baldaia.
"Mas, a verdade é que isso não parece, pelo menos até agora, ser um grande trunfo, porque as pessoas quando questionadas sobre o que valorizam num futuro Presidente da República, a experiência política não está no topo", reforça o comentador, admitindo que "o bom senso não vem com a experiência. Ou existe ou não existe".