A quatro meses de repetir este gesto, Aníbal Cavaco Silva quer ajudar os portugueses a decidir quem será o próximo Presidente da República e, para isso, lembra o passado, mas com os olhos postos no futuro.
"Da experiência e dos conhecimentos acumulados no exercício destas funções, retirei um conjunto de regras de comportamento, que juntei à defesa do superior interesse nacional como critério orientador da ação política."
Num artigo de opinião no semanário Expresso, Cavaco enumerou várias regras que considera fundamentais para que o próximo Presidente cumpra.
"O respeito pela Constituição e pelos procedimentos da democracia, a defesa da estabilidade política, a isenção e independência em relação às diferentes forças partidárias e às tensões entre o Governo e a oposição, a sobriedade, não alimentar intrigas políticas em relação a quem quer que seja e falar a verdade aos portugueses."
Cavaco fala em regras e procedimentos de bom senso, que são condições necessárias, mas não suficientes. Espaço de intervenção que, para Cavaco, pode ser fundamental em alguns casos, por exemplo, na influência. Mas há um requisito fundamental: uma granada lançada por Cavaco, com o alvo (militar) bem definido.
"Será que todos os candidatos a Presidente que já se perfilam possuem a experiência política, os conhecimentos e os atributos pessoais necessários para promover a magistratura de influência que o país vai precisar nos próximos cinco anos e para atuar em caso de crise grave ou situações lesivas do superior interesse nacional? Falar é relativamente fácil; fazer bem é mais difícil."
Avisos do ex-Presidente da República, que são acompanhados de pedidos: coragem, determinação e persistência.