UEFA Euro 2024

Análise

Alemanha e Espanha “estão um passinho à frente de Portugal e dos outros candidatos”

Luís Cristóvão, comentador da SIC, analisa a vitória sofrida de Portugal diante da Chéquia, na estreia no Euro 2024, e aponta os aspetos que os comandados de Roberto Martínez devem corrigir já diante da Turquia, no próximo sábado.

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Portugal estreou-se da melhor maneira no Euro 2024, que se joga na Alemanha. Em Leipzig, a equipa das quinas suou para vencer a Chéquia por 2-1, com um golo ao cair do pano. Na sua análise da partida, em direto na SIC Notícias, Luís Cristóvão, comentador da SIC, garante que a Seleção Nacional poderia ter vencido tranquilamente se tivesse sido mais assertiva num aspeto fundamental.

Luís Cristóvão começa por notar que o “desenho de jogo pareceu muito acertado”, o que levou a Seleção lusa a “dominar completamente durante uma hora” a equipa checa. Apesar do domínio avassalador, a “péssima decisão na finalização das jogadas” não permitiu à equipa das quinas adiantar-se no marcador.

Quanto ao golo da Chéquia, “é uma daquelas situações do futebol”, considera o comentador, que acrescenta que o primeiro tento da partida chegou num momento em que os checos praticamente não tinham chegado à área portuguesa.

Ora, o golo de Provod, aos 62 minutos, complicou a vida dos comandados de Martínez, que viram a sua situação na partida ficar “mais complicada por terem de dar a volta ao resultado”. O relógio não parava e os atletas portugueses tentavam inverter o destino da partida ainda que o desgaste começasse a ser notório, refere Luís Cristóvão.

“O que se notou foi que, entre os 60 e os 85, Portugal esteve muito desgastado. Conseguiu manter a sua identidade, mas estava muito desgastado”, afirma.

Prossegue dizendo que a vitória lusa também foi possível devido aos erros da defensiva checa, que “ofereceu” o primeiro golo à Seleção lusa e, depois de um "falhanço incrível", permitiu que Francisco Conceição, que tinha acabado de saltar do banco, estabelecesse o 2-1 final.

"Onze" inicial "precisa de alterações"

Quanto ao “onze” que Roberto Martínez apresentará no futuro, o comentador acredita que poderá ser diferente já que “precisa de alterações”:

“Não por problemas dos jogadores em si, mas João Cancelo esteve quase sempre fora da sua posição, Nuno Mendes também, o flanco direito foi durante muito tempo bastante banal sem ter essa capacidade de rasgo que a equipa portuguesa precisava”, constata.

Relativamente às substituições promovidas pelo selecionador nacional, o comentador sublinha que Pedro Neto e Francisco Conceição foram fundamentais para o desfecho do jogo, uma vez que são jogadores “que trazem mais qualidade e capacidade de definição”.

Para além dos dois jogadores que, a poucos minutos do fim, vestiram as capas de heróis, Luís Cristóvão reconhece que o destaque da partida foi Vitinha, “acima de todos”:

“Foi a grande figura da equipa e foi sempre ele a tentar dar melhor critério numa Seleção portuguesa que nem sempre definiu da melhor forma”.

“Portugal acaba por estar muito bem” defensivamente

Defensivamente, acrescenta o comentador, “Portugal acaba por estar muito bem”, graças à exibição da dupla Rúben Dias-Pepe, que não permitiu que a Chéquia “fizesse recuperações de bola já no meio-campo ofensivo”.

Destaca ainda a “exibição esforçada” de Cristiano Ronaldo e a boa primeira parte de Rafael Leão, “que acaba por estar ligado aos problemas de definição”. Quanto a Bruno Fernandes e Bernardo Silva “espera-se sempre o mundo destes dois jogadores”, mas, apesar de terem rubricado “exibições sólidas”, a Seleção Nacional “precisa mais destes dois homens para que seja realmente invencível”.

Finda a primeira jornada da fase de grupos do Euro 2024, estará Portugal entre os principais candidatos ao título? Luís Cristóvão crê que sim, no entanto explica o que a equipa lusa tem em comum com três outras Seleções:

“Portugal mostra uma grande capacidade de anular o adversário, mas grandes dificuldades em finalizar. Não é muito diferente de outras Seleções, como a Inglaterra, a França, a própria Itália, que estão nesse lote de favoritos sem conseguir confirmar”.

Para o comentador da SIC, depois de todas as nações em prova já terem ido a jogo, quem “deixou melhor imagem” foi a Alemanha e a Espanha, “que estão neste momento um passinho à frente de Portugal e dos outros candidatos”.