João Rosado

Comentador SIC Notícias

UEFA Euro 2024

Quem esteve "no pior e no pódio" de Portugal frente à Geórgia?

O comentador da SIC João Rosado analisa e avalia as prestações dos jogadores da Seleção Nacional na surpreendente derrota perante a Geórgia. Quem foram os melhores e os piores?

Quem esteve "no pior e no pódio" de Portugal frente à Geórgia?
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NO PIOR

António Silva (3)

O que começou mal acabou pior. Passou a bola para Mikautadze logo no segundo minuto de jogo e na sequência do erro, Kvaratskhelia inaugurou o marcador. Traído pelos nervos, o defesa só fez mesmo de defesa... da Geórgia quando aos 21’ evitou (antecipando-se de cabeça) que a bola chegasse a Cristiano, após livre cobrado por Félix.

Para cúmulo, aos 54’, o central cometeu penálti infantil sobre Lochoshvili que levou Mikautadze para o topo dos goleadores do torneio. Rendido por Nelson Semedo aos 65’, ou seja, tarde, demasiado tarde.

ANP

João Neves (3)

No 3-4-3 que voltou a ser promovido por Roberto Martínez, o motorzinho não revelou um momento de combustão e até um 6 com as características de João Palhinha se revelou (muito) mais acutilante. Estranhou não só a parceria com o médio do Fulham mas também a articulação com o outro Neves (Rúben), lançado ao intervalo.

O médio do Benfica pareceu cansado, como se tivesse vindo de lesão, à procura dos seus próprios ritmos e em busca de referências em campo. A exemplo de António Silva, pecou por tardia (75’) a rendição por Matheus Nunes.

Bradley Collyer - PA Images

Pedro Neto (4)

É verdade, aos 47’ podia ter marcado um golo de canto direto (fantástica intervenção e no limite de Mamardashvili), só que esse pormenor excecional não disfarçou uma exibição caraterizada por tímidas incursões no corredor esquerdo e quase sempre superdenunciadas. Os dribles bem sucedidos foram raríssimos e o canhoto ainda viu um cartão amarelo por simulação (44’), imitando o péssimo exemplo do castigado Rafael Leão.

À entrada do derradeiro quarto-de-hora, Neto foi trocado por Diogo Jota, levando Conceição para a ala esquerda.

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E NO PÓDIO

João Palhinha (7)

Só estava no programa a utilização na primeira parte e o possante médio aproveitou o protocolo para assumir as despesas do meio-campo. Aos 12’ desarmou espetacularmente Kochorashvili e aos 23’ e 43’ ensaiou mesmo dois remates perigosos que podiam ter resultado em golo.

Não contente com o protagonismo na recuperação de bola e com a ousadia revelada à entrada da grande área contrária, Palhinha parecia um autêntico 10 quando aos 35’ fez uma deliciosa assistência para Cristiano. Rúben Neves não o fez esquecer…

Soccrates Images

Cristiano Ronaldo (7)

Ainda não foi desta que marcou mas não se pode dizer que o capitão não tentou e... não desesperou. Logo aos 16’, disparou um míssil ao estilo dos velhos tempos e o livre direto só não deu golo porque o guarda-redes do Valência sacudiu para canto. O remate saiu a 130 Km/h (o número de tentos por Portugal...) e o próprio Cristiano saiu aos 65’, para dar lugar a Ramos.

Amarelado por se queixar de um penálti aos 28’, CR7 queixou-se mais da “defesa” de Gvelesiani aos 35’ após remate de pé esquerdo que antecipou lance quase igual no minuto 47.

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Diogo Dalot (7)

Lateral direito e central sobre a direita depois da saída de António Silva, ainda funcionou como falso avançado na primeira parte. E foi nessa condição que aos 17’ quase marcou de cabeça, após (raro) cruzamento bem medido por Neto. Diogo, aos 30’, recuperou muito bem uma bola que permitiu remate perigoso de Félix e foi na segunda parte que se viu o próprio defesa encarnar o papel de “bombardeiro”.

Os disparos aos 54’ (sim, não valia, face ao penálti de Silva) e aos 90’+3’ mereciam muito mais apesar da monumentalidade de Mamardarshvili.

Catherine Ivill - AMA