Para o capitão da Eslovénia, Jan Oblak, casa é precisamente onde está o seu coração.
“Skofja Loka é sempre incrível. Transmite-me paz e é extremamente acolhedora. Independentemente de onde estou no mundo, o meu coração está sempre em Skofja Loka. É um sentimento especial que não encontro em mais lado nenhum”.
Nascido e criado nos arredores idílicos de Skofja Loka, o guarda-redes tem mantido uma ligação profunda com a cidade onde cresceu. Apesar de viver no estrangeiro há mais de uma década. E não foram só os seus feitos futebolísticos que lhe valeram a adoração dos atuais habitantes.
Jan Oblak: um ícone da Eslovénia
“Conversamos sempre que vem de visita a Skofja Loka. É uma relação que se tornou mais forte no ano passado, quando tivemos cheias catastróficas. O Jan ligou-me logo e ofereceu-se logo para ajudar a cidade. Foi muito generoso e, graças a isso, recuperámos muito mais depressa do que o esperado. Orgulho-me de termos um embaixador assim".
Tine Radinja, autarca de Skofja Loka
Com mais de 60 convocações pela Eslovénia e 400 jogos pelo Atlético de Madrid, Oblak não é apenas um ícone na sua cidade natal, é um ícone nacional.
É uma responsabilidade que o antigo médio e agora diretor da seleção da Eslovénia, Miran Pavlin, conhece demasiado bem. O seu golo contra a Ucrânia assegurou o lugar da Eslovénia no Euro 2000.
“Foi o momento em que, finalmente, fomos notados no futebol europeu. Até então, ninguém acreditava no futebol eslovaco. Foi um evento histórico, não só por termos ido ao Campeonato Europeu, mas porque o futebol, enquanto indústria, recebeu o merecido reconhecimento a nível nacional”.
Miran Pavlin
“Espero que as pessoas encham autocarros por minha causa”
“Quando era miúdo, lembro-me de ver todo o entusiasmo e de pensar: Espero que um dia as pessoas encham autocarros por minha causa e que torçam por mim nos jogos. Mesmo quando tinha 7 anos, já tinha esse sonho”.
Jan Oblak
Esse sonho irá tornar-se realidade para Oblak este ano, com a Eslovénia a assegurar o seu lugar no Euro 2024 com uma vitória por 2-1 contra o Cazaquistão no jogo final das qualificações.
E, apesar de este torneio ser o primeiro a nível internacional para o capitão talismã, vai ser o segundo do treinador Matjaž Kek.
Aos 62 anos, regressou à função em 2018, já tendo levado a Eslovénia às finais do Mundial de 2010, a última participação do país numa grande competição.
“Quando nos pedem para treinarmos a nossa seleção nacional, não devemos pensar duas vezes. Para mim é um privilégio e uma honra. Tenho a certeza que a Eslovénia não vai ser uma equipa “turista” na competição”. Matjaž Kek
Oblak e companhia vão começar a época contra a Dinamarca e, depois, a Sérvia. Antes de terminarem os encontros do Grupo C contra a Inglaterra, na cidade histórica de Colónia.
Mais do que encher a cidade, os adeptos vão assistir a quatro jogos da fase de grupos, no estádio de Colónia, assim como a um jogo dos oitavos de final.
A Áustria no Euro 2024
O treinador da Áustria, Ralf Rangnick, aceitou a posição em 2022. Alemão de nascença, foi aliciado para a função pela tentação de treinar um Euro no seu país natal, juntamente com a oportunidade de trabalhar com uma equipa jovem e talentosa.
Uma grande percentagem da equipa austríaca está a desenvolver as suas competências na Bundesliga, uma liga que Rangnick conhece bem.
“Muitos dos meus jogadores estão na Bundesliga. Cerca de metade da equipa já conhecia do meu tempo do Salzburgo ou no Leipzig”. Ralf Rangnick
Ausência de David Alaba seria um golpe
Os preparativos foram afetados pela lesão da estrela e capitão da equipa, David Alaba. O defesa do Real Madrid rasgou um ligamento em dezembro e está numa corrida contra o tempo para poder jogar no Euro 2024. A ausência dele seria um golpe devastador para a Áustria.
Ele é um dos poucos jogadores que competiram no Euro 2016 e 2020, sendo que no último chegaram às eliminatórias pela primeira vez.
“Por um lado, era um Euro, que acabou por ser muito bom. Por outro lado, ficámos desiludidos por sairmos nos oitavos de final. Temos de nos lembrar que fomos eliminados, contra os campeões europeus, a Itália”.
Apesar de ter uma vasta experiência como treinador na Bundesliga, esta foi a primeira vez que Rangnick treinou uma seleção. Em pouco tempo, criou laços fortes com os seus jogadores. Sendo um deles o médio do RB Leipzig, Nicolas Seiwald.
“Conheço-o desde os 16 anos. É como o Xaver Schlager. Eles têm feito uma dupla incrível durante as qualificações para o Euro. Têm sido cruciais para nós e deram-nos uma enorme estabilidade defensiva”. Ralf Rangnick
“Estamos muito felizes por termos o Niki connosco”
Nicolas Seiwald tem 22 anos e joga no meio-campo. Nasceu em Salzburgo e o seu sonho na seleção “é ter um ótimo começo no Euro e causar uma grande impressão”.
“Ele dá 100%. Ele tem muitas qualidades nas quais podemos não reparar à primeira vista. Ele é muito calmo. O que realmente me fascina é a maturidade com que ele lida com as coisas. E estamos muito felizes por termos o Niki connosco”. David Alaba
O sorteio do terceiro Euro consecutivo da Áustria deixou-os no Grupo D. A equipa de Rangnick vai enfrentar França e a Polónia, antes do jogo contra os campeões de 1988, os Países Baixos.
A edição de 1988 do torneio viria a ser uma das mais memoráveis. Não só os Países Baixos foram consagrados campeões europeus pela primeira vez, como o mundo acabou por testemunhar um dos melhores golos de sempre.
“Lembro-me de estar no meio do campo e de ter assistido ao cruzamento. O remate foi muito para lá da trave. Pensei: Bela tentativa. Mas era um ângulo impossível para o Dasayev que estava na baliza. Mas depois vemos o Van Basten a marcar o golo. Foi um golo incrível. Um ponta de lança pode marcar um golo daqueles talvez uma vez, mas marcá-lo na final do Campeonato Europeu é algo único e incrível”. Ronald Koeman
Vinte e quatro equipas, seis grupos, 51 jogos e 10 estádios são os ingredientes que compõem a grande competição futebolística do ano, o UEFA Euro 2024, que arranca a 14 de junho e estende-se até 14 de julho, e realiza-se na Alemanha.