O cabeça-de-lista do Chega às eleições europeias garantiu esta quarta-feira, em entrevista na SIC Notícias, que André Ventura não lhe faz sombra e que entrará em breve na campanha, para a “sua habitual performance, que é fantástica”.
Assume-se como o “menos conhecido” dos candidatos e, quando questionado sobre se está a tentar ser mais moderado que o líder do partido, explica que apesar de ser “mais velho” e ter um “percurso diferente” de André Ventura, a “substância é a mesma”.
“Obviamente que se não concordasse não era vice-presidente do partido”, disse.
Sobre os objetivos para as europeias, acredita que o Chega terá valores “muito próximos” aos das legislativas e recusa um cenário em que o partido possa ficar atrás da IL, como apontam algumas sondagens.
“Estamos a subir. Se a Iniciativa Liberal subir não é à nossa custa, é à do PS”, atirou.
Depois de eleito para o Parlamento Europeu, assume que uma das suas missões poderá ser a de construir pontes entre os Conservadores e a ID. Mas isto “só se houver interesse, não atuarei sozinho”.
“Já houve tentativas de união entre Conservadores e ID, não resultaram. Vamos ver a seguir às eleições.”
Questionado sobre se faria mais sentido o Chega pertencer à família política dos Conservadores, Tânger Corrêa recusou-se a comentar. Garantiu, no entanto, que não foi um erro o Chega entrar para a ID.
“Foi necessário. Na altura o Chega era um mini partido e quem estava no partido achou que devíamos ter uma família política europeia. Não foi um erro. Pelo contrário, temos tido muito boas relações com partidos que integram a ID”, disse.
Não exclui, no entanto, um alargamento da “base de apoio” no pós-eleições.
Confrontado com declarações de Marine Le Pen sobre uma eventual aproximação da NATO à Rússia, o cabeça-de-lista do Chega às europeias disse que qualquer aproximação ou ponte estabelecida “é positiva”, desde que não o seja “às custas da Ucrânia” e apenas se isso for benéfico para a paz na Europa.
E depois de esta quarta-feira André Ventura ter afastado, para já, um corte de relações políticas com a Alternativa para a Alemanha (AfD), como fez o partido de Le Pen, depois das declarações polémicas sobre o regime nazi, Tânger Corrêa acrescentou que “tudo está em cima da mesa”.
“Ainda não reunimos a direção para definir isso”, acrescentou.