A campanha para as Europeias tem sido marcada, nestes últimos dias, por questões de política nacional. Pedro Nuno Santos já acusou a oposição de falta de diálogo e Luís Montenegro acabou por responder a essas mesmas acusações.
"Num ponto Luís Montenegro tem razão. Há momentos das campanhas para as eleições Europeias em que a situação nacional se confunde com as propostas de cada partido para as questões europeias e de alguma forma as questões políticas internas entram em ação", começou por explicar o professor Luís António Santos.
Campanhas contaminadas e Marcelo Rebelo de Sousa
Para o professor da Universidade do Minho, nestes últimos dias o Governo está "muito enérgico" a apresentar várias propostas e a mostrar muito serviço.
"E é óbvio que estas coisas contaminam a campanha eleitoral", sublinhou.
Marcelo Rebelo de Sousa promulgou (rapidamente) o diploma do Governo que extingue o designado procedimento de manifestação de interesse, tendo justificado a rapidez com a situação “urgentíssima” de milhares de processos de imigrantes pendentes na AIMA.
"O Presidente da República, quando recebe documentação do Governo, não tem sido a sua prática pronunciar-se em menos de 24 horas, mas desta vez, neste momento particular de eleições, resolveu fazer isso, tornando-se um agente da campanha eleitoral. E isso parece-me que é o menos recomendável para o nosso sistema.
E quem leva mais vantagem nesta campanha?
"Eu diria que os dois políticos à esquerda e à direita que mostram melhor preparação para isto que acontece durante as campanhas eleitorais são Cotrim de Figueiredo e Catarina Martins".
Por outro lado, Sebastião Bugalho e Marta Temido "ainda não encontraram o seu terreno mais confortável", destacou Luís António Santos.