Europeias 2024

Quem costuma ganhar as europeias: o partido no poder ou quem está na oposição?

A primeira eleição para o Parlamento Europeu foi em 1987. Desde então, PS e PSD têm disputado a vitória no sufrágio.

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As eleições deste domingo para o Parlamento Europeu são as nonas que se realizam em Portugal, desde a adesão à Comunidade Económica Europeia, em 1985. Até ao momento, há um empate 4-4 nas vitórias de quem está no Governo e na oposição.

Não há uma regra que faça coincidir resultados de eleições europeias com os partidos que governam ou estão na oposição. Já aconteceu de tudo.

Por exemplo: há quatro anos, o PS, que estava no poder, elegeu 9 eurodeputados, contra 6 do PSD. O discreto Pedro Marques somou 35% dos votos. Paulo Rangel apenas 23%.

Cinco anos antes, era a maioria PSD-CDS quem governava, mas, com 27,7%, perdeu por quatro pontos de diferença para o PS, que teve 31,5%. A tal vitória "por poucochinho" de Francisco Assis contra Paulo Rangel, que levou António Costa a derrubar António José Seguro.

Em 2009, a maioria era ao contrário, socialista, mas a vitória foi para o PSD. O candidato já era o mesmo, Paulo Rangel, que dessa primeira vez ganhou por claros 5 pontos percentuais a Vital Moreira, do PS (31,7% contra 26,5%).

Em 2004, também perdeu quem estava no poder: a coligação PSD-CDS. Com o resultado mais alto de sempre numas europeias, António Costa obteve mais de 46% - levando 10 pontos de vantagem sobre João de Deus Pinheiro, do PSD.

A vitória da oposição não aconteceu sempre. Tal como em 2019, logo nas duas primeiras eleições europeias ganhou quem estava no poder, no caso o PSD.

Em 1987, no mesmo dia da primeira maioria absoluta de Cavaco Silva, Santana Lopes, então com 31 anos, ganhou com 15 pontos de avanço ao PS. Teve 37% contra 22% (10 deputados contra 6).

Uma vitória ofuscada pelo resultado de Cavaco, que, nos boletins de voto distribuídos em simultâneo para as legislativas, ultrapassou os 50% - mais 13 pontos do que o jovem Santana. Foi a primeira eleição para o Parlamento Europeu em Portugal.

A segunda eleição foi em 1989, com a segunda vitória do PSD de Cavaco Silva, então primeiro-ministro. António Capucho ganhou a João Cravinho por mais de 4 pontos.

Cinco anos depois, a primeira vitória da oposição: contra Eurico de Melo, António Vitorino arranca a primeira vitória ao Cavaquismo – por apenas 5 décimas (14 e 600 mil votos: 34,87% do PS e 34,39% do PSD).

Menos de quatro meses depois, Guterres chegou a primeiro-ministro. A seguir, em 1999, com o PS a governar, volta a ganhar o partido no poder. E por muitos: Mário Soares derrotou Pacheco Pereira por 43% contra 31%.

Tudo somado, nas oito eleições europeias realizadas no país, quatro foram ganhas por quem governava, outras quatro por quem estava na oposição.

Em termos absolutos, ganha o PS por 5 a 3.