Europeias 2024

Perguntas e respostas: como votar em qualquer local do país e até fora do país

Hugo Séneca, jornalista do Expresso, explica como funciona o sistema de voto em mobilidade e acredita que poderá ser usado nas legislativas e nas presidenciais.

Cartão de identificação num leitor de cartões eletrónicos durante as eleições europeias numa assembleia de voto em Sintra, Portugal
Loading...

O voto em mobilidade permite que todos os eleitores possam votar em qualquer local do território europeu. Hugo Séneca, jornalista do jornal Expresso, explica como funciona este processo.

Como foi possível introduzir o voto em mobilidade?

O voto em mobilidade resulta diretamente da desmaterialização dos cadernos eleitorais, deixou de ser necessário “todas aquelas resmas de papel” que permitiam que os voluntários conferissem quem já votou ou quem pode votar naquela assembleia de voto.

“A partir do momento em que os os cadernos eleitorais passam a ser digitais, passam a estar centralizados na rede Nacional de Segurança Interna e as cerca de 13.000 mesas de voto e secções de voto podem aceder a estes cadernos eleitorais através da Internet e podem conferir então, se o eleitor que está naquele momento a votar e que se apresenta com cartão de cidadão ou outro documento de identificação, se já votou e se está habilitado a votar”.

“Tendo em conta a agilidade tecnológica (…) permite que qualquer eleitor possa ser confirmado e possa votar em qualquer local do país e até fora do país”.

Quais foram os erros detetados?

Foram identificados alguns erros na semana passada. “Os erros que existiram tiveram a ver ou com alguma falta de formação, conhecimento, algum congestionamento de rede” e "também com a incapacidade de depois desse congestionamento, ou seja, conseguir aceder ao plano Plano B neste caso, era um call center. que não estavam a funcionar bem".

"O Governo fez uma coisa inteligente, foi aproveitar o voto antecipado como um teste. E para aquilo que acontece uma semana depois, que é Hoje a que é o voto definitivo? EE, neste caso, decidiu um plano de contingência que tinha a ver com um call center

Que riscos em termos de cibersegurança?

“Corremos alguns riscos e, segundo os especialistas técnicos de cibersegurança que consultei, o risco é mais ao nível da manipulação, é mais fácil manipular a opinião pública com notícias falsas do que fazer um ciberataque aos servidores”.

Existem coisas que, ao que parece, não foram acauteladas.

“Os técnicos são 14000 técnicos de de informática que foram contratados e não existe um sistema de dupla autenticação no acesso aos computadores. Ao que parece, por outro lado, foi criado foi os computadores foram limitados para que apenas corram as aplicações que são necessárias para aceder à às bases de dados., mas, por outro lado, também não se sabe o que é que vai acontecer aos computadores depois de de fazerem esta função”.

Um sistema a usar em futuras eleições?

Hugo Séneca acredita que será uma hipótese a ter em conta na legislativas e nas presidenciais.

“Eu espero mesmo que não voltemos atrás (…) queremos um serviço a que nos sirva em termos democráticos e é claro, queremos esta agilidade tecnológica para podermos estar em qualquer lado”.

Links úteis