Facto Político

Rui Tavares quer melhorar primárias: "O Livre tem de ser um partido fiável"

Em fim de semana de Congresso do Livre, Rui Tavares, fundador do partido, vem ao Facto Político responder sobre o futuro das eleições primárias. O processo é exclusivo deste partido e tem levantado algumas questões de fiabilidade, mas não é para abandonar.

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A escolha do cabeça de lista do Livre para as Eleições Europeias foi, à semelhança de todos os outros atos eleitorais, feita por via de eleições primárias. O processo não foi pacífico porque a comissão eleitoral do partido suspeitou de fraude. Tudo acabou com a eleição de Francisco Paupério sem mais queixas, mas o tema Primárias ficou em suspenso e vai ser um dos pratos fortes do congresso deste fim-de-semana.

A moção de estratégia global da lista A - a lista da qual Rui Tavares faz parte - dedica quatro parágrafos à necessidade de um "equilíbrio complexo entre uma abertura plena e a possibilidade real de deturpação". O objetivo não é acabar com este modelo exclusivo do Livre, mas são assumidas as "suas fragilidades nos moldes em que existem atualmente".

Em entrevista ao Facto Político - programa semanal de atualidade política publicado semanalmente no site da SIC Notícias - Rui Tavares mostra-se irredutível na defesa de um processo eleitoral que, garante, ajuda a contrariar o "vício" da "política por convite que faz com que muitas vozes fiquem de fora porque não são convidadas pelas direções dos partidos".

Respaldado nas "mais de 100 eleições primárias" já organizadas pelo partido recusa a ideia de que o processo de eleição do candidato do partido às Europeias tenha sido conturbado: "Ainda havia mais duas instâncias de recurso que não foram usadas", revela.

Nesta entrevista, Rui Tavares olha ainda para outros partidos que, mesmo sem primárias, não conseguiram evitar polémicas.

"O tipo de escolha do PS ou do PSD já nos deu um Duarte Lima e se olharmos para a Iniciativa Liberal, nós não usamos um esquema qualquer para atirarmos a Carla Castro para fora das listas".

Para além da moção da lista A, há pelo menos mais uma moção setorial que pede a criação de um grupo de trabalho para que se olhe para o processo de eleições primárias do partido. Rui Tavares defende que esse processo não só é necessário como não acontece apenas agora: "De cada vez que houve tempo, essa reflexão foi feita".

Agora a consciência é de que "para o Livre poder dar resposta às pessoas, tem de mostrar que é um partido fiável, cujos processos funcionam de forma afinada como numa relojoaria".