Facto Político

Rui Rocha e as autárquicas: “Modo natural é a Iniciativa Liberal se apresentar com as suas pessoas”

Com a discussão orçamental ultrapassada, o foco vira-se agora para os principais desafios políticos dos próximos meses: autárquicas e presidenciais. Nem num nem noutro Rui Rocha assume compromissos, mas deixa recados.

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O programa Facto Político está de regresso à SIC Notícias. Todos os sábados, o jornalista Diogo Teixeira Pereira conversa com personalidades da política portuguesa e analisa o panorama nacional.

Algures em janeiro, a Iniciativa Liberal vai entrar num novo processo de disputa pela liderança. Apesar de haver poucas dúvidas de que é Rui Rocha que vai continuar à frente do partido, o líder refugia-se nesse ato eleitoral para evitar comprometer-se com escolhas políticas futuras. Em primeiro lugar, as autárquicas.

Há quatro anos a Iniciativa Liberal recusou entrar na coligação lisboeta que deu a Câmara a Carlos Moedas, mas no próximo ano o caminho parece vir a ser diferente. Montenegro já abriu caminho a um entendimento, mas há muitos obstáculos à espera de serem contornados, desde logo os lugares que ficam para a IL e para o CDS. Mas Rocha não quer entrar nessa contabilidade, deixa apenas o aviso: "A IL não depende de terceiros, nomeadamente do PSD nem do CDS. IL tem o seu peso eleitoral".

E as presidenciais? Numa semana que viu dois homens darem um passo em frente no caminho de Belém - Gouveia e Melo através do encontro noturno com Nuno Melo e António José Seguro com uma entrevista à TVI e CNN Portugal -, não há sinais claros sobre o que pretendem fazer os liberais, mas Rui Rocha lembra o passado: "No passado, o modo natural de a Iniciativa Liberal se apresentar é com as suas pessoas e com as suas ideias".

Tiago Mayan e o champanhe que não se abriu

Rui Rocha vê aproximar-se a data da Convenção Liberal com menos problemas no horizonte do que da primeira vez que se candidatou à liderança do partido. Há dois anos tinha Carla Castro como oponente e com verdadeiras possibilidades de ganhar o partido. Não ganhou, acabou a desfiliar-se do partido mas deixou um herdeiro: Tiago Mayan Gonçalves.

O primeiro candidato presidencial dos liberais protagonizou um caso de falsificação de assinaturas que o pôs numa posição em que vários membros do partido estão a exigir-lhe que se desfilie, o próprio Rui Rocha foi violento na acusação: Tudo o que são casos que podem causar dano à IL são inaceitáveis. Para já está tudo nas mãos do conselho de jurisdição do partido que "vai decidir com justiça tendo em conta a gravidade dos factos".