O pirata informático Rui Pinto admitiu em tribunal ter tido acesso ao processo em que era visado quando o caso estava em segredo de justiça.
“Em 2017 ou 2018 acedi ao meu processo”, explicou o principal arguido do Football Leaks. Questionado pelo coletivo de juízes sobre a forma como o fez, Rui Pinto preferiu não detalhar.
O hacker está a ser interrogado pelo quarto dia no julgamento do Football Leaks, desta vez sobre os alegados acessos ilegítimos ao sistema informático da Procuradoria-Geral da República. Está acusado de o ter feito 307 vezes entre 2018 e 2019. Aos juízes, admite que acedeu à caixa de correio eletrónico do então Diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, Amadeu Guerra, depois de uma notícia da revista Sábado que revelava a sua identidade.
“Quis perceber quem seria a fonte do DCIAP que poderia estar a passar essas informações mas nunca consegui lá chegar. Percebi que a prioridade de Amadeu Guerra, adepto benfiquista, era apanhar o hacker do futebol e os processos em que eu era suspeito tornaram-se a prioridade dessa equipa especial do DCIAP criada para investigar o futebol.”
Rui Pinto confirma os acessos mas nega ter sido ele a entrar na rede interna da Procuradoria-Geral da República. “Foram outras pessoas ligadas ao Football Leaks”, garante.