"Não é possível resolver (o problema) dos túneis unicamente a partir do ar, os nossos soldados vão fazer isso em terra", disse Benjamin Netanyahu, no início de uma reunião do governo.
O exército "vai atacar os túneis do terror que vão de Gaza a Israel", sublinhou.
A incursão terrestre foi decidida "depois de terem sido esgotadas todas as opções e com a consciência de que o preço a pagar pode ser alto", afirmou.
Duas horas antes das 00:00 de hoje, o exército israelita iniciou a fase terrestre da atual ofensiva militar denominada "Margem Protetora", cujo objetivo é incapacitar o Hamas e outros grupos armados de dispararem foguetes contra Israel e destruir a rede de túneis entre a Faixa de Gaza e Israel.
Netanyahu adiantou que nas últimas horas falou com vários líderes internacionais para explicar "a situação impossível que sofre Israel", insistindo junto da comunidade de nações que o seu país combate "com moderação uma organização terrorista assassina", o Hamas.
"O nosso objetivo é restabelecer a segurança dos cidadãos de Israel e devolver a calma ao país", disse.
"Combatemos apenas os terroristas e não pessoas que não estejam envolvidas no conflito", sublinhou o primeiro-ministro, que acusou as milícias em Gaza de usar a população civil como "escudos humanos".
Netanyahu reconheceu que as críticas internacionais "são inevitáveis" perante as mortes colaterais da ofensiva e responsabilizou o "Hamas e só o Hamas" pelas vítimas inocentes do conflito.
O ministro da Defesa israelita, Moshe Yaalon, avisou que o Hamas "vai pagar um preço elevado até que deixe de disparar" foguetes e que o exército "vai continuar até devolver a calma a Israel".
Pelo menos 19 palestinianos e um soldado israelita morreram nas primeiras horas da incursão terrestre de Israel na Faixa de Gaza, informaram fontes oficiais.
O balanço das vítimas da operação "Margem Protetora", lançada a 08 de julho, é atualmente de 262 mortos e dois mil feridos palestinianos e dois israelitas - um civil e um militar - mortos.
Esta é a terceira ofensiva israelita na Faixa de Gaza desde que, em 2007, o Hamas assumiu o controlo do enclave palestiniano.
A União Europeia e os Estados Unidos, entre outros países, classificam o Hamas como organização terrorista.
Lusa