Gaza

Israel vai continuar a destruir túneis do Hamas com ou sem cessar-fogo

O primeiro-ministro israelita afirmou hoje  que o exército vai continuar, "com ou sem cessar-fogo", a destruir os túneis  que o movimento de resistência islâmica Hamas usa para lançar, a partir  de Gaza, os ataques contra Israel.  

O exército israelita, que entrou na Faixa de Gaza a 17 de julho onde sabia existirem uma dezenas de túneis, descobriu até agora mais 20, além de 60 passagens e corredores de acesso (Reuters)
© Suhaib Salem / Reuters

"Estamos determinados a concluir esta missão com ou sem cessar-fogo.  Nunca aceitaremos qualquer proposta que não permita ao exército israelita  terminar este trabalho", declarou à imprensa Benjamin Netanyahu, antes do  início do conselho de ministros em Telavive. 

Durante a reunião, Netanyahu afirmou que embora não exista "uma solução  que ofereça total garantia", as forças israelitas estão agora "a neutralizar  uma capacidade que teria permitido aos terroristas matar e sequestrar civis  israelitas".  

De acordo com os 'media' israelitas, Netanyahu não quer alargar a ofensiva  em Gaza e defende uma retirada depois de completa a destruição de todos  os corredores subterrâneos construídos pelo Hamas e encontrados até agora.

O exército israelita, que entrou na Faixa de Gaza a 17 de julho onde sabia existirem uma dezenas de túneis, descobriu até agora mais 20, além de 60 passagens e corredores de acesso.  

"Até agora, demolimos dezenas de túneis dos terroristas", afirmou o  primeiro-ministro, que disse ter o apoio dos principais goverbos ocidentais  para este objetivo.  

A destruição dos túneis é "o primeiro passo para a desmilitarização  e Gaza", um objetivo para o qual Netanyahu pediu, nos últimos dias, a colaboração  da comunidade internacional.  

Nas últimas horas, o exército israelita chamou 16.000 soldados na reserva  para reforçar e substituir tropas atualmente na operação na Faixa de Gaza. 

Em Genebra, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi  Pillay, acusou Israel de desafiar, intencionalmente, o direito internacional  na guerra contra o Hamas.  

Em conferência de imprensa, Pillay condenou os ataques do exército israelita  em Gaza contra casas, escolas, hospitais e centros da ONU.  

"Nenhum destes ataques para ser acidental. Parecem desafiar deliberadamente  as obrigações definidas no direito internacional", que Israel deve respeitar.

A ex-juíza sul-africana sublinhou que "as duas partes cometem graves  violações dos direitos humanos, que podem constituir crimes relativamente  ao direito internacional humanitário e direitos humanos.  

A operação israelita "Margem Protetora" causou, pelo menos, 1.370 mortos  palestinianos em 24 dias de conflito, disseram fontes palestinianas.  

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), mais  de 245 crianças morreram nos ataques, lançados a 8 de julho.  

Do lado israelita, o balanço situa-se em 56 mortos entre as fileiras  do exército e três civis.  

     

Lusa