Gaza

Human Rights Watch acusa Israel de crimes de guerra contra civis em Gaza

A Human Rights Watch (HRW) acusou hoje o exército israelita de ter morto civis em fuga de bombardeamentos num setor do sul da Faixa de Gaza, que segundo a ONG com sede em Nova Ioque constituiu um crime de guerra.

© Baz Ratner / Reuters

Num relatório, a organização de defesa dos direitos humanos cita testemunhos  de palestinianos que conseguiram escapar no final de julho aos bombardeamentos  na localidade de Khuzaa, perto da cidade de Khan Yuns.   

"No decurso de diversos incidentes entre 23 e 25 de julho, as forças  israelitas em Khuzaa, setor do sul da Faixa de Gaza, abriram fogo sobre  civis e mataram-nos, o que constitui uma clara violação das leis da guerra",  afirma a ONG.   

Os "ataques deliberados sobre civis que não participam em combates são  crimes de guerra", acrescenta a HRW.  

Os civis depararam-se com "graves perigos" em Khuzaa, onde foram designadamente  sujeitos a repetidos bombardeamentos, não tiveram acesso a cuidados médicos  e foram alvo de ataques do exército israelita quanto tentavam escapar de  Khan Yuns, acrescenta o relatório.  

O documento também sublinha que mesmo que o exército israelita tenha  avisado os habitantes para abandonarem Khouzaa antes de 21 de julho, "o  facto de os civis não terem obedecido não faz deles alvos legítimos de ataques".

O facto de "ter prevenido as famílias (...) não faz delas alvos justos  apenas porque não acataram as ordens", sublinha Sarah Leah Whitson, diretora  da divisão Médio Oriente-África do Norte na HRW.  

"Tomar deliberadamente (civis) por alvo é um crime de guerra".  

Entretanto, o exército israelita indicou hoje que destruiu todos os  túneis detetados na Faixa de Gaza ainda tem "muitas missões" para cumprir  no interior do enclave palestiniano.  

"Ainda não vamos partir, vamos permanecer na Faixa de Gaza, há ainda  muitas missões para terminar", declarou o porta-voz militar Moti Almoz,  à televisão israelita Canal-2.  

Lusa