Queda do BES

CMVM quer esclarecimentos sobre possível saída de Salgado da presidência do BES

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) quer que o Banco Espírito Santo (BES) esclareça, antes da abertura da bolsa na sexta-feira, se se confirmam as notícias que apontam para a saída de Ricardo Salgado da liderança do banco

Lusa
MIGUEL A. LOPES

"A CMVM entende serem necessários esclarecimentos do emitente  (BES )  antes da reabertura do mercado", adiantou à agência Lusa fonte oficial do  supervisor do mercado português. 

Hoje, a edição 'online' do jornal Expresso avançou que a administração  do BES, liderada por Ricardo Salgado, vai renunciar ao seu mandato e que  poderá haver, já na sexta-feira, uma convocatória de assembleia geral para  o efeito. 

Segundo o jornal, o atual presidente "abdica da liderança, mas quer  ficar num novo comité estratégico" do BES. 

A Lusa tentou apurar junto de fontes oficiais do banco se as informações  sobre a saída eminente de Salgado da presidência executiva do BES são verdadeiras,  porém, até ao momento, tal não foi possível. 

O Grupo Espírito Santo (GES), que detém, entre outros ativos financeiros  e não financeiros, o BES e a seguradora Tranquilidade, viveu, no final do  ano passado, uma luta de poder e foram mesmo tornadas públicas as desavenças  entre Ricardo Salgado e José Maria Ricciardi, apontado para suceder a Salgado.

A 11 de novembro de 2013, os dois primos emitiram uma declaração conjunta  a anunciar um entendimento sobre o processo de sucessão na liderança do  grupo. 

Já na semana passada, questionado pela agência Lusa sobre se cumprirá  o seu mandato até ao fim (termina em 2015), Ricardo Salgado preferiu não  "entrar agora nesse capítulo". 

Certo é que a saída de Salgado da presidência do banco tem sido tema  recorrente na comunicação social, isto, numa altura em que o GES passa por  um processo de transformação, de forma a tornar a estrutura mais simples  e responder a recomendações do Banco de Portugal. 

Com as alterações, a Rioforte (que detém a área não financeira) deverá  passar a ser a 'holding' central do grupo, ficando sob a sua alçada a parte  financeira do grupo (BES, BES Investimento e seguradora Tranquilidade, hoje  na alçada do Espírito Santo Financial Group), assim como as áreas não financeiras.

O BES concluiu recentemente um aumento de capital, de 1.045 milhões  de euros, que foi totalmente subscrito com a procura a superar a oferta,  tendo os resultados sido anunciados a 11 de junho. As novas ações começaram  a ser negociadas a 17 de junho. 

O objetivo da operação foi reforçar os rácios de capital do banco, que  será um dos bancos portugueses submetido aos exercícios do Banco Central  Europeu (BCE). 

Lusa