Queda do BES

Amílcar Morais Pires proposto para suceder a Salgado

A administração do Banco Espírito Santo convocou hoje uma assembleia geral para dia 31 de julho. O atual administrador financeiro Amílcar Morais Pires é o nome proposto para ser o novo presidente executivo do banco, substituindo Ricardo Salgado. Entretanto, a CMVM já determinou o levantamento da suspensão da negociação das ações.

Lusa
MIGUEL A. LOPES

Em comunicado enviado à CMVM, o BES informa também que José Maria Ricciardi, José Manuel Espírito Santo, Ricardo Abecassis Espírito Santo e Pedro Mosqueira do Amaral também vão sair da administração do banco. Com esta decisão, ficam fora da administração todos os elementos da família que tiveram até agora responsabilidades na área financeira do grupo.

Amílcar Morais Pires, que está na administração  do BES há 10 anos e tem atualmente a responsabilidade  pelo pelouro financeiro é o nome escolhido para a liderança da instituição,  substituindo o histórico Ricardo Salgado.  

Morais Pires, 53 anos, é licenciado em Ciências Económicas pela Universidade  Católica Portuguesa, tendo subido a pulso dentro do BES, sendo, até 2004,  assessor do conselho de administração e coordenador do Departamento Financeiro,  de Mercados e Estudos. 

Além de ser administrador do BES, o responsável é também membro do conselho  de administração do BES Investimento, desde 2005, e integra o conselho de  administração da Portugal Telecom (PT) desde 2006, estando apontado para  integrar a administração da empresa que resultar da fusão entre a PT e a  brasileira Oi. 

Nascido em Moçambique em 1961, Morais Pires é visto como o braço-direito de Ricardo Salgado, que lidera o banco desde que este voltou à esfera privada,  há 23 anos, e é considerado como o banqueiro português mais influente. 

Apesar da boa reputação que goza o administrador financeiro, no que  toca à frieza dos números, o ano passado foi tudo menos fácil para o BES,  que apresentou prejuízos históricos de 518 milhões de euros, depois de ter  registado um lucro de 96 milhões de euros em 2012.  Já no primeiro trimestre, o resultado líquido negativo do banco foi  de 89 milhões de euros. 

Morais Pires é arguido num processo judicial, na sequência de uma investigação iniciada pela Comissão do Mercado de  Valores Mobiliários (CMVM), que fez queixa ao Departamento de Investigação  e Ação Penal (DIAP), relativa a transações de ações da EDP Renováveis por  parte do BES e da seguradora BES Vida feitas na altura do lançamento em  bolsa da energética 

Com Lusa