Queda do BES

Banco de Portugal volta a garantir que BES está sólido

O Banco de Portugal voltou esta quinta-feira a afirmar que o Banco Espírito Santo (BES) está sólido, no dia em que os receios em torno da situação no Grupo Espírito Santo (GES) se adensaram e contribuíram para penalizar os mercados europeus.

(Lusa)
© Jose Manuel Ribeiro / Reuters

A Lusa questionou hoje o supervisor bancário sobre o que se está a passar  no grupo que integra o BES e as repercussões no banco. Em resposta, fonte  oficial disse que o Banco de Portugal "reafirma a informação" já prestada  em comunicado a 3 de julho.  

"A situação de solvabilidade do BES é sólida, tendo sido significativamente  reforçada com o recente aumento de capital", disse a entidade liderada por  Carlos Costa, acrescentando que tem vindo a "adotar um conjunto de ações  de supervisão, traduzidas em determinações específicas dirigidas à ESFG (Espírito Santo Financial Group) e ao BES, para evitar riscos de contágio  ao banco resultantes do ramo não-financeiro do GES". 

Os receios em torno da situação do GES adensaram-se nos últimos dias  e penalizaram hoje a bolsa portuguesa, que caiu mais de 4%, e também as  praças europeias, sobretudo dos países periféricos, que também fecharam  em terreno negativo.  

Os títulos do BES foram hoje suspensos ao final da manhã pelo regulador  do mercado, a CMVM, depois do ESFG (maior acionista do BES com 25%) ter  pedido ao início da manhã a suspensão da negociação de ações e obrigações  em Lisboa e no Luxemburgo.  

As dúvidas sobre a situação da Espírito Santo International e o impacto  em todo o GES chegaram à imprensa internacional, com o caso em destaque  em jornais como o Financial Times e o Wall Street Journal. 

Nos últimos dias, foi conhecido que o Banque Privée Espírito Santo,  na Suíça, estava em incumprimento no reembolso a alguns clientes que tinham  aplicações em dívida da Espírito Santo International (ESI). 

Nesta empresa de topo do GES, que controla o ESFG (que, por sua vez,  controla a área financeira, em que se inclui o banco BES e a seguradora  Tranquilidade), uma auditoria detetou este ano que não foram registados  1,2 mil milhões de euros de dívidas nas contas de 2012. Além disso, a 'holding'  tem capitais próprios negativos de 2,5 mil milhões de euros, ou seja, está  em falência técnica.

Lusa