Queda do BES

Ministra das Finanças e governador do BdP no Parlamento para prestar esclarecimentos sobre GES

As audições da ministra das Finanças, Maria  Luís Albuquerque, e do governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa,  no Parlamento, devido à situação no Grupo Espírito Santo (GES), estão agendadas  para quinta-feira e sexta-feira, respetivamente. 

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Maria Luís Albuquerque vai ser ouvida sobre as nomeações para a administração  do Banco Espírito Santo (BES) na comissão do Orçamento e Finanças na quinta-feira,  pelas 15:30, enquanto Carlos Costa será ouvido no dia seguinte, pelas 10:00,  acerca dos problemas vividos no BES. 

O requerimento para a audição da ministra partiu da iniciativa do Bloco  de Esquerda, que também solicitou a presença do presidente da Comissão do  Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Carlos Tavares, na mesma comissão  parlamentar, para escutar a sua posição acerca da situação no GES.  

Na página oficial da Assembleia da República ainda não consta o agendamento  desta última audição, que deverá ocorrer em breve, já que todos os partidos  aprovaram a chamada dos três responsáveis ao Parlamento. 

Já o requerimento para a audição do governador do BdP foi apresentado  pelo PCP. 

Nas últimas semanas, foram tornados públicos vários problemas no Grupo  Espírito Santo (GES), a que se juntam alterações na gestão do BES, com a  saída do líder histórico do banco, Ricardo Salgado. 

 Depois de inicialmente ter sido apontado o atual administrador financeiro  Morais Pires para presidente executivo do banco, no sábado, o ESFG anunciou  que vai propor o economista Vítor Bento (atual presidente da gestora do  Multibanco, SIBS) para presidente executivo e João Moreira Rato (atual presidente  do IGCP, entidade responsável pela emissão e gestão da dívida pública) para  administrador financeiro. Já o deputado social-democrata e ex-juiz do Tribunal  Constitucional Paulo Mota Pinto será presidente do Conselho de Administração  ('chairman'). 

Estas nomeações levaram a críticas dos partidos da oposição, que referem  uma partidarização do BES. 

Na final da noite de quinta-feira, o BES garantiu em comunicado que  as potenciais perdas resultantes da exposição ao grupo homónimo (GES) "não  põem em causa o cumprimento dos rácios de capital". O BES explicitou que  detinha 2,1 mil milhões de euros acima do rácio mínimo regulamentar e uma  exposição de 1,182 mil milhões de euros ao GES. 

Hoje, o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, disse que  os depositantes do BES têm razões para confiar no banco e afirmou não ter  dúvidas quanto à tranquilidade do sistema financeiro português. 

"Os depositantes têm razões para ter toda a confiança quanto à segurança  que o Banco Espírito Santo oferece às suas poupanças", disse Pedro Passos  Coelho. 

O primeiro-ministro, que falava aos jornalistas em Lisboa, à margem  do Conselho de Concertação Territorial, relembrou a separação entre os negócios  da família Espírito Santo e o BES. 

Também durante a manhã, o Banco de Portugal saiu a público para garantir  que o BES detém um montante de capital "suficiente" para acomodar eventuais  impactos negativos decorrentes da exposição ao GES, tranquilizando os clientes  em relação aos seus depósitos. 

      Lusa