Queda do BES

Ministra e governador vão hoje ao Parlamento explicar caso BES

A ministra das Finanças e o governador do Banco de Portugal vão estar hoje no Parlamento para falarem sobre a solução encontrada para o Banco Espírito Santo. Maria Luís Albuquerque vai prestar esclarecimentos num debate que vai ter lugar na comissão permanente da Assembleia da República a pedido do grupo parlamentar do Partido Socialista. Carlos Costa vai ser ouvido na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública, na sequência de um requerimento dos grupos parlamentares do PSD e do CDS-PP.

MARIO CRUZ

A ministra é ouvida a partir das 16:00 e a audição do o governador do banco central está prevista para o final da tarde.

Na noite de domingo, o Banco de Portugal tomou controlo do BES e anunciou  a separação da instituição num banco mau ('bad bank'), que concentra os  ativos e passivos tóxicos, e num 'banco bom', o chamado Novo Banco, que  reúne os ativos e passivos não problemáticos, como será o caso dos depósitos,  e que receberá uma capitalização de 4,9 mil milhões de euros do Fundo de  Resolução bancário.  

Este fundo foi criado em 2012 para intervir financeiramente em bancos  em dificuldades, aplicando as medidas determinadas pelo Banco de Portugal.  O Fundo de Resolução bancário é financiado pelas contribuições regulares  dos mais de 80 bancos com atividade em Portugal e por contribuições extraordinárias  em caso de crise num banco em particular.  
  
No entanto, como este fundo é recente, ainda não está suficientemente  dotado, pelo que, dos 4,9 mil milhões de euros com que o fundo vai capitalizar  o Novo Banco, a parcela mais significativa virá do dinheiro da 'troika'  para o setor financeiro, através de um empréstimo com um juro que começa  em 2,95%.  
  
Inicialmente, estava previsto que do dinheiro da 'troika' fossem colocados  4,4 mil milhões de euros no Fundo de Resolução, que se juntariam aos 367  milhões de euros que o fundo já tem, a que seria acrescentada uma contribuição  extraordinária dos bancos do sistema de 133 milhões de euros.  
  
No entanto, os bancos propuseram na terça-feira financiar este fundo  com 635 milhões de euros, que se juntam aos 367 milhões de euros de que  o fundo já dispõe, totalizando a contribuição da banca os 1.000 milhões  de euros. Se esta proposta for aceite, o dinheiro do Estado que vai para  o fundo para depois capitalizar o Novo Banco reduz-se para 3,9 mil milhões  de euros.  
  
Com Lusa