Queda do BES

Buscas no BES relacionadas com burla, branqueamento e fraude

A Procuradoria-geral da República confirma em comunicado as buscas feitas durante o dia de hoje no universo do Grupo Espírito Santo. Em causa estão "suspeitas dos crimes de burla qualificada, abuso de confiança, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal". Os inspetores da PJ passaram pela sede do Novo Banco, voltaram à casa de Ricardo Salgado e também de Amílcar Morais Pires.

Inspetores da Judiciária estiveram também esta tarde na casa de Amílcar Morais Pires, em Alenquer
Pedro Góis/SIC
Buscas na casa de Ricardo Salgado (Arquivo)
André Kosters/Lusa
As buscas na sede do Novo Banco foram presididas pelo juiz Carlos Alexandre
José Sena Goulão/Lusa
Em comunicado, a PGR refere que foram efetuadas "34 buscas domiciliárias, uma a advogado e seis buscas a entidades relacionadas com o exercício da actividade financeira". 

A sede do antigo BES, agora Novo Banco, em Lisboa, foi um desses locais - onde a operação foi dirigida pelo juiz de instrução Carlos Alexandre. Os inspetores da PJ estiveram também na Espírito Santo Informática, no Tagus Park, em Oeiras.

Buscas nas casas de Salgado e Morais Pires

Outro dos alvos foi a casa de Ricardo Salgado, em Cascais. O antigo presidente do BES seguiu presencialmente as buscas, com o advogado.

Inspetores da Judiciária estiveram também esta tarde na residência de Amílcar Morais Pires, antigo braço direito de Salgado, na Quinta do Boiro, em Alenquer.

O rol das suspeitas

"Nas investigações, relacionadas com o denominado universo Espírito Santo, estão em causa suspeitas dos crimes de burla qualificada, abuso de confiança, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal", acrescenta a nota da Procuradoria.

As buscas de hoje estarão relacionadas com a participação feita pelo Banco de Portugal ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal. Em causa estão as alegadas irregularidades e os ilícitos criminais na gestão do BES ao tempo de Ricardo Salgado.

Salgado é já arguido no processo Monte Branco, que investiga uma rede de branqueamento de capitais. Está indiciado de burla, falsificação de documentos,
branqueamento de capitais e abuso de confiança.

Nestas diligências participaram "14 magistrados do Ministério Público, do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, dois peritos deste último departamento e duas centenas de elementos da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária (PJ) e da Autoridade Tributária (AT)".

A PGR contou ainda com a colaboração do Banco de Portugal e da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.