Esta quinta-feira, é o terceiro dia do julgamento de Ricardo Salgado. O ex-banqueiro está a ser implicado na falsificação das contas do BES. Na gravação de 2015, que o tribunal está a ouvir, o tio, António Ricciardi, diz que Salgado era o único que sabia de tudo.
Na terceira sessão do julgamento, o coletivo de juízes ouve as declarações gravadas a 2 de outubro de 2015 do antigo presidente não executivo do BES, falecido em 2022.
O tio de Ricardo Salgado, o comandante António Ricciardi, disse que Salgado era o único que sabia de toda a situação.
Na fase de inquérito, responsabiliza o sobrinho por todas as decisões, pois nada era decidido sem que Ricardo Salgado estivesse de acordo. Garantiu que só soube dos problemas financeiros do Grupo Espírito Santo em 2013 quando percebeu que as contas "eram maquilhadas" e que desconhecia a existência do "saco azul" do Banco Espírito Santo.
"É um documento prestado numa fase de inquérito onde não há contraditório, onde nem sequer há uma acusação. Para mim é absolutamente insignificante", refere Francisco Proença de Carvalho, advogado de Ricardo Salgado.
A defesa de Ricardo Salgado, que tentou travar o julgamento, insiste em atacar a justiça.
"O meu cliente está a ser julgado numa situação em que ele não se pode defender. Ele nem sequer sabia a sua data de nascimento", diz Francisco Proença de Carvalho.
"Viola todos os princípios": defesa de Salgado critica uso de depoimento de Ricciardi
António Ricciardi, que nesta sessão acusa Ricardo Salgado, não chegou a ser acusado no processo BES. Se não tivesse morrido, seria agora uma das testemunhas chamadas a depor pelo Ministério Público.