Catarina Martins considerou esta quinta-feira que o Presidente da República e António Costa têm de tirar o país “deste pântano”, para que o Governo se foque a resolver os problemas dos portugueses, como a habitação, a saúde e a educação.
A líder do Bloco de Esquerda reagiu aos recentes desenvolvimentos da “guerra aberta” entre Marcelo e António Costa, nomeadamente sobre a polémica que desenrolou o desacordo entre as duas maiores figuras de Estado.
"Há uma forma absolutamente irresponsável do Governo na forma como lida com as empresas públicas, quando é possível ter mentido ao Parlamento e ao país, e não é apenas o ministro João Galamba, já foram vários, e o primeiro-ministro parece achar tudo isto normal", evidenciou.
Em relação a eleições antecipadas, a líder do Bloco de Esquerda não esclareceu se é favorável a uma nova composição do Parlamento, mas afirmou que é “tempo de agir”.
“Portugal precisa de um plano claro para os seus maiores problemas, é preciso credibilizar o Governo, dado que quando a mentira é modus operandi o Governo não tem legitimidade democrática para agir, precisamos também de decisão política sobre a vida das pessoas, nas áreas fundamentais como a habitação, saúde, educação”, determinou Catarina Martins.
A coordenadora-geral não sabe se são precisas eleições, no entanto “não vale dizer que está tudo bem como está”.
Para Catarina Martins, Marcelo Rebelo de Sousa só tem duas opções.
“Num cenário de maioria absoluta só há duas saídas: o Presidente da República dissolve a Assembleia da República ou o Governo tem a capacidade de se reinventar. Neste momento está nas mãos do Presidente da República e do primeiro-ministro tirarem Portugal do pântano em que está”, explicou.
Tendo em conta este plano geral, a líder considera que Marcelo e Costa “estão amarrados um ao outro numa situação complicada”.
Perante todo este cenário e a polémica que o criou, com o ministro das Infraestruturas e o seu ex-adjunto, Catarina Martins entende que as pessoas fiquem chocadas, “mas o que as preocupa é como vão pagar a prestação da casa, ou quando não encontram um hospital aberto ou quando faltam professores nas escolas”.
A prioridade do Bloco de Esquerda, segundo a sua líder, é dar respostas aos problemas estruturais do dia a dia dos portugueses, algo que o Executivo de António Costa não faz.