Governo

"Era o que mais faltava um ministro deixar-se afetar pelo ruído", diz Galamba

A dois dias da ida à comissão de inquérito da TAP, o ministro João Galamba mostrou-se firme. “Tinha, tenho e terei todas as condições” para continuar no Governo e, disse, está agora “tão ou mais empenhado do que estava, estou e estarei”.

"Era o que mais faltava um ministro deixar-se afetar pelo ruído", diz Galamba
NUNO ANDRÉ FERREIRA/Lusa
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À margem da inauguração de uma obra em Mangualde, o ministro voltou a ser questionado sobre a "novela" no seu Ministério, que teve como protagonista o ex-adjunto, Frederico Pinheiro, e cuja trama se desenrolou sobre o roubo de um computador. Questionado sobre se tem condições para continuar no Governo, João Galamba não hesitou na resposta: "Tinha, tenho e terei".

"Como se vê, continuo a ter todas as condições. Tinha, tenho e terei todas as condições. Continuo a fazer o meu trabalho como sempre fiz, com grande empenho", afirmou, vincando que se sente “bastante motivado”.

Então porque apresentou a demissão? “Porque a manutenção do Governo depende sempre de duas avaliações: a do próprio e a da vontade do primeiro-ministro, e eu deixei à consideração do primeiro-ministro”, sustentou Galamba que, recorde-se, ficou no Executivo por decisão de António Costa e contra a vontade do Presidente Marcelo.

Questionado pela SIC sobre se a opinião pública o incomoda, respondeu assim: “Era o que mais faltava um ministro deixar-se afetar pelo ruído. O objetivo do mandato de um ministro é governar”.

A “falta de foco” não se coloca, assegurou Galamba. “O meu Ministério tem imensas aéreas - ferrovia, rodovia, digital, aviação, portos -, e (…9 estava, estou e estarei mais empenhado, e as obras e trabalho que estamos a concretizar serão testemunha disso mesmo”, destacou.

As condições para continuar no cargo “são o trabalho que faço, as concretizações que entrego e, podem ter a certeza que, continuarei a entregar com grande ritmo de execução aquilo que o meu mandato exige” e em todas as áreas que tutela.

“Sem hesitações nenhumas, mas sempre com o empenho que tinha, tenho e terei”, concluiu Galamba, que na próxima quinta-feira vai ser ouvido pelos deputados na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP. Por esse motivo, justificou, recusou falar sobre o assunto.

“Estamos hoje aqui a testemunhar e a ver uma grande obra e da maior importância para o país. O meu trabalho não é responder sobre a comissão, o meu trabalho é ser ministro das Infraestruturas”. Foi, aliás, enquanto tal que esta terça-feira se deslocou a Mangualde para a inauguração de uma obra de modernização da linha ferroviária da Beira Alta.

[Notícia atualizada às 17:43]