Governo

De Mário Soares a Luís Montenegro: as moções de confiança que derrubaram governos

O Parlamento debateu e chumbou, como previsto, a moção de censura do PCP ao Governo. Mas a crise política está longe de terminar. Vem aí mais uma moção, desta vez de confiança, que poder fazer cair o Executivo de Luís Montenegro.

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A moção de confiança que o primeiro-ministro anunciou neste debate tem rejeição garantida, o que significa que o Presidente da República terá de tomar uma decisão. Se fizer com Montenegro o mesmo que fez com António Costa, os portugueses podem ser chamados a votar em eleições legislativas antecipadas já em maio.

Mário Soares, 1977: o primeiro Governo Constitucional cai às mãos de uma moção de confiança.

Luís Montenegro, 2025: o 24.º Governo Constitucional prepara-se para cair às mãos de uma moção de confiança.

Entre estes dois momentos, houve mais 10 vezes em que os Governos pediram a confiança do Parlamento e tiveram-na sempre.

E agora? O que acontece se a moção de confiança é aprovada?

Desta vez, os votos contra do Chega, do Partido Socialista e do Bloco de Esquerda são suficientes para fazer cair o Governo de Montenegro. Mas vamos por partes.

Primeiro, o primeiro-ministro terá de pedir ao Conselho de Ministros para aprovar o pedido da moção de confiança ao Parlamento.

Depois da deliberação dos membros do Governo, o pedido tem de ser entregue ao Presidente da Assembleia da República, que deve marcar o debate da moção de confiança para o terceiro dia parlamentar a contar a partir dessa data.

Marcelo tem duas opções

Rejeitada no Parlamento, é a vez de Marcelo Rebelo de Sousa entrar em ação. O Presidente da República tem dois caminhos: pode indigitar um novo primeiro-ministro ou avançar para eleições antecipadas.

Se Marcelo seguir o mesmo critério que seguiu quando António Costa se demitiu, estamos a caminho das terceiras eleições legislativas em três anos. Para as convocar, o Presidente precisa de chamar os partidos a Belém e convocar o Conselho de Estado.

As eleições têm de acontecer 55 dias depois da dissolução do Parlamento. Se a bomba atómica explodir no final de março, há eleições até ao final de maio.