O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, foi o membro do Executivo escolhido para encerrar o debate sobre o programa do Governo. O governante escolheu fazer uma alegoria entre o apagão elétrico que atingiu o país em abril e o que chama de “apagão político” que atingiu o país.
Rangel afirma quehá um “antes e um depois” do apagão e que, na sequência dele, foi preciso um “reset”, um “restart. O mesmo, defende, se passou a nívelpolítico - com forças políticas que se juntaram e forçaram novas eleições, provocando um “apagão político”
“Apagaram o governo, contra a vontade do eleitorado”, aponta.
Tal como a rede elétrica, também a política nacional precisou, aos olhos de Rangel, de um “reset”, um ”restart”, que foram as últimas eleições legislativas.
E, se com o apagão elétrico houve lições a tirar, com o apagão político também, refere Rangel. O ministro diz até que isso já se sente nos outros partidos, que mostram disponibilidade para cooperar para haver estabilidade.
“Mas não basta exigir ao governo, que cumpra o que prometeu. É necessário também que as oposições cumpram a sua palavra e mostrem que estão à altura da responsabilidade”, avisa.“Ninguém compreenderá que disposição de abertura dos dois maiores partidos da oposição desague em irresponsabilidade.”
Paulo Rangel assume ainda a AD como “movimento político do meio”, perante a nova configuração política do país.
Em relação a política internacional, Paulo Rangel defende que a solidariedade com a Ucrânia é para continuar. Já no que toca ao conflito no Médio Oriente, refere que Portugal exige a libertação dos reféns nas mãos do Hamas e respeita o direito de defesa de Israel. Diz, apesar de tudo, condenar a desproporção da resposta em Gaza e a política decolonatos na Cisjordânia,além dedefender a proibição da exportação de armas para Israel. Quanto ao reconhecimento do Estado da Palestina, para isso ainda será preciso aguardar. Já nos compromissos com a NATO, não haverá qualquer espera, uma vez que o ministro salienta a valorização das forças armadas e o desenvolvimento da indústria da Defesa como prioridades.
Do discurso de Paulo Rangel não ficou de fora, ainda, a reforma do Estado. Diz que a AD quer um “Estado atlético” - “forte e elegante” -, em vez de um “Estado flácido e gordo”.
Promete que o Executivo vai garantir a paz social e propiciar o crescimento, reabilitar a Saúde e a Educação, controlar e regular a imigração, dar prioridade à segurança e à Justiça, mudar o panorama da habitação e afirmar Portugal e os portugueses no mundo.
“Vamos fazer isto e vamos fazer muito mais, mas vamos fazê-lo com boas contas”, declarou, falando diretamente para o candidato a líder socialista José Luís Carneiro. Diz que em vez de “contas certas”, este governo, ao contrário dos anteriores governos socialistas, terá “contas justas”. “Porque são certas, mas não são cegas”, atirou.
“É possível ter boas contas sem destruir Estado social”, concluiu. “Urge ter inciativa, modernizar o país, transformar Portugal.”