O primeiro-ministro israelita diz que a morte de Yahya Sinwar é um duro golpe para o Hamas. Benjamin Netanyahu avisa, no entanto, que os objetivos de Israel não estão concluídos e pede a libertação dos reféns. Em direto de Telavive, Henrique Cymerman explica como ocorreu a morte do líder do Hamas.
"Sabemos que foi por acaso, foi verdadeiramente por acaso. É verdade que Israel dizia que em Rafah, nesta zona no bairro de Tel Sultan, havia provavelmente líderes do Hamas, mas não se sabia propriamente se Sinwar ou outros líderes do braço armado do Hamas que fizeram o massacre de 7 de outubro do ano passado estivessem lá.
Em qualquer caso, era por isso que havia lá várias recrutas soldados, jovens que acabam de entrar no exército. Andavam atrás, tentavam desativar uma bomba que não explodiu e viram três palestinianos que fugiam armados para dentro de um edifício. Começaram combates, lançaram um morteiro com um tanque e dois acompanhantes de Sinwar morreram imediatamente (…) Não sabiam que era Sinwar, mandaram um drone com uma câmara de televisão para ver exatamente quem era e ele atirou um pau contra o drone".
Mais tarde foi lançado novo ataque e só no dia seguinte de manhã é que os soldados entraram e encontraram para a sua grande surpresa o cadáver do líder do Hamas.
O correspondente da SIC em Israel acrescenta que o homem que estava por trás de 7 de outubro teria uma grande quantidade de dinheiro, vários documentos falsos e estaria a preparar-se para fugir para o Egito ou para o Irão.
Sobre as repercussões pode agora ter a morte do líder do Hamas na guerra no Médio Oriente, Henrique Cymerman afirma:
“É um ‘game changer’ em todos os aspetos. Em primeiro lugar, isto abre certas possibilidades de conseguir um acordo que leve a um cessar-fogo em Gaza. Em segundo lugar, poderia ser também um cessar-fogo no Líbano (…) Neste momento, Israel concentra-se com o objetivo que é a libertação dos reféns, tentando chegar a um acordo com quem estiver à cabeça do Hamas, talvez o irmão de Sinwar, para conseguir a libertação dos reféns nos próximos dias ou nas próximas semanas”.