Guerra no Médio Oriente

Irão planeia aumentar orçamento de defesa em quase 200%

O comandante-chefe da Guarda Revolucionária do Irão alertou para as "consequências inimagináveis" para Israel do ataque deste sábado, até agora a ameaça mais clara contra o Estado judaico.

Irão planeia aumentar orçamento de defesa em quase 200%
Majid Asgaripour

O Governo iraniano afirmou esta terça-feira que pretende aumentar o orçamento da defesa em quase 200%, um anúncio que surge dias depois de Israel ter bombardeado o Irão e quando há enorme tensão na região.

"O orçamento do setor militar vai aumentar quase 200%", relatou a porta-voz do Governo, Fatemeh Mohajerani, em declarações divulgadas pelos meios de comunicação locais, como a agência de notícias Tasnim.

A porta-voz não adiantou mais pormenores sobre o aumento das despesas militares, que faz parte do orçamento do Estado atualmente em debate no Parlamento.

Este é o primeiro orçamento de Estado do novo Presidente do Irão, Massud Pezeshkian, que chegou ao poder em julho, após a morte de Ebrahim Raisi num acidente de avião.

No entanto, desde que chegou ao poder, a tensão só tem aumentado na região.

Durante a sua tomada de posse, o líder político do grupo islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, foi assassinado em Teerão e pouco depois o chefe do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, morreu em Beirute num ataque israelita.

Em resposta, o Irão bombardeou Israel com cerca de 180 mísseis em 1 de outubro e, este sábado, Telavive retaliou atacando alvos militares em três províncias iranianas, incluindo Teerão, em ataques que morreram cinco pessoas.

No início, as autoridades iranianas desvalorizaram o ataque, que Teerão disse apenas ter causado "danos militares".

Mais tarde, subiram o tom sobre os ataques israelitas, mas com diferentes abordagens.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ismail Baghaei, afirmou na segunda-feira que o país utilizará todos os meios ao seu dispor para responder ao ataque, embora tenha esclarecido que "estão a ser trocadas mensagens" na região dada a tensão existente.

O comandante-chefe da Guarda Revolucionária do Irão, o general Hossein Salami, alertou para as "consequências inimagináveis" para Israel do ataque, até agora a ameaça mais clara contra o Estado judaico.