Guerra no Médio Oriente

CORRESPONDENTE SIC

Demissão do ministro da Defesa gera onda de protestos em Israel, sucessor não tem experiência militar

Donald Trump afirma que vai acabar com as guerras, incluindo as de Gaza e do Líbano. Na terça-feira, Benjamin Netanyahu demitiu o seu ministro da Defesa, Yoav Galant, substituído por um político sem experiência militar, mas fiel ao primeiro-ministro israelita. Em Israel, milhares de pessoas protestaram com violência.

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Nunca tinha acontecido em Israel. O ministro da defesa foi destituído pelo primeiro-ministro em plena guerra. Dezenas de milhares de pessoas invadiram as ruas das principais cidades para protestar violentamente e de forma espontânea contra Benjamin Netanyahu. Em Telavive, Haifa e Jerusalém milhares de manifestantes foram dispersos pela polícia que usou canhões de água.

Em Telavive, houve dezenas de pessoas detidas pelos agentes.

Num dia em que toda a atenção estava posta nas eleições norte-americanas, Benjamin Netanyahu lançou uma bomba política. O general na reserva Yoav Galant dirigiu a guerra em sete frentes desde o massacre do Hamas de 7 de outubro de 2023.

O ex-ministro da Defesa de Israel sempre foi crítico do primeiro-ministro, especialmente em três pontos: a necessidade de recrutar milhares de jovens ultraortodoxos para o exército porque faltam soldados, a obrigação de pagar qualquer preço para libertar os reféns de Gaza, e a importância de criar uma comissão independente de investigação para determinar quem foi responsável do fracasso de 7 de outubro.

O novo ministro de Defesa e o atual responsável dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, um civil sem experiência militar, muito dependente de Netanyahu. No passado, houve outros ministros de defesa civis, por exemplo, Shimon Peres, mas nunca durante uma guerra.

Traz a vitória de Trump, aliado de Benjamin Netanyahu, o líder israelita sente-se reforçado e pretende manter-se no poder até as eleições israelitas previstas para dentro de dois anos. O futuro presidente dos Estados Unidos deixou claro ao primeiro-ministro israelita, que a guerra de Gaza e do Líbano deve chegar ao seu fim até o dia 20 de janeiro, data do seu retorno à Casa Branca.