Guerra no Médio Oriente

EUA anunciam que vão manter o envio de armas para Israel

As forças israelitas têm vindo a intensificar as operações no norte de Gaza há mais de um mês, cercando hospitais e abrigos, acabando por fazer deslocar milhares de pessoas, numa operação que dizem que pretende impedir o reagrupamento dos combatentes do Hamas.

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Os Estados Unidos anunciaram que por Israel ter feito progressos no aumento do fluxo de ajuda humanitária a Gaza, não vão limitar as transferências de armas, como ameaçaram fazer. No entanto, as Nações Unidas garantem que este mês Israel só permitiu a entrada de uma missão de ajuda, acusando o país de atacar os abrigos onde os mantimentos eram distribuídos pouco depois.

A abertura do novo ponto de passagem de ajuda humanitária para Gaza só ocorreu no final do prazo fixado pelos EUA, que ameaçaram suspender a assistência militar a Israel caso não aumentasse a ajuda ao enclave.

Washington diz que Israel fez progressos e que por isso não vai limitar a transferência de armas para as forças israelitas.

"O efeito foi que, dos 15 passos que solicitámos, Israel tomou medidas para implementar ou está em vias de implementar 12 dos 15 passos. Há três grandes questões que ainda têm de ser abordadas e que resultam da carta”, disse Antony Blinken, Secretário de Estado dos EUA, numa conferência de imprensa.

Várias organizações humanitárias internacionais consideram que Israel não só não cumpriu as exigências dos EUA, como tomou medidas que pioraram drasticamente a situação.

“Israel diz-nos que os camiões estão a entrar, que as passagens estão abertas e que os mercados estão a florescer, ou culpa os outros pelo cerco que está a impor, enquanto a ONU, as ONG humanitárias e todos os Estados do mundo dizem o contrário... Em quem devemos acreditar?", questionou o represente palestiniano nas Nações Unidas, Riyad Mansour, numa reunião aberta do Conselho de Segurança da ONU.

As forças israelitas têm vindo a intensificar as operações no norte de Gaza há mais de um mês, cercando hospitais e abrigos e deslocando milhares de pessoas, numa operação que dizem que pretende impedir o reagrupamento dos combatentes do Hamas.

Na madrugada desta quarta-feira no Líbano, as forças israelitas bombardearam vários alvos nos subúrbios do sul de Beirute, cujos danos são visíveis.

Israel anunciou a expansão da incursão terrestre no sul, onde o chefe do exército esteve de visita e explicou que Israel também está a atacar na Síria para impedir o contrabando de armas para o Líbano.

“A limpeza desta área proporcionará as condições básicas para fazer as coisas corretamente, a fim de garantir realmente que o vale [no sul do Líbano] seja seguro.”, afirmou Herzi Halev.

Israel e o grupo Hezbollah estão em conflito há mais de um ano, mas os combates intensificaram-se com bombardeamentos no sul, no leste e mais recentemente no norte do Líbano, onde desde então já morreram mais de 3 mil e 200 pessoas e mais de 14 mil e 200 ficaram feridas.